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Unesp quer ampliar curso para até 5 anos
Universidade espera novas diretrizes do MEC, que saem neste ano, para reformular currículo
PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Unesp (Universidade Estadual Paulista) quer aumentar o
tempo da graduação em jornalismo de quatro para quatro
anos e meio ou cinco anos.
Essa alteração faz parte de
um conjunto de outras mudanças para reformulação do currículo, que são estudadas pela
instituição e serão apresentadas ao Conselho Universitário.
Para colocar as alterações em
prática, porém, a Unesp espera
que o MEC divulgue suas novas
diretrizes, o que deve ocorrer
ainda neste ano. Nesse caso, as
mudanças já valeriam para os
ingressantes em 2010.
Em parte, a universidade já
se adiantou: desmembrou a comunicação social e fez do jornalismo um curso à parte, o que
será a principal orientação das
novas diretrizes curriculares.
"Não somos mais um cachorro com três cabeças", diz o professor Antonio Francisco Magnoni, vice-coordenador do conselho do curso de jornalismo da
Unesp, referindo-se aos cursos
de radialismo e relações públicas, também emancipados.
No novo currículo, afirma o
professor, o foco deve se voltar
para o preparo de um profissional que seja apto a entrar no
mercado de trabalho.
"A tendência é que a universidade ofereça estruturas laboratoriais de produção minimamente compatíveis com o mercado", diz o vice-coordenador.
Todas as faculdades
Não é apenas a Unesp que deve reformular suas estruturas.
As novas diretrizes do MEC,
uma vez aprovadas, deverão ser
seguidas por todas as faculdades de jornalismo do país.
As propostas, que têm até o
dia 19 de agosto para ser apresentadas ao MEC, foram elaboradas por uma comissão de
professores.
"Já está quase tudo pronto",
afirma o presidente da comissão, José Marques de Melo,
professor emérito da USP.
Depois de apresentadas, as
novas diretrizes devem ser
aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação e só então
podem entrar em vigor.
A principal alteração proposta, adiantou o professor, será
fazer do jornalismo um curso
autônomo, como aconteceu recentemente com cinema, que
também era atrelado à comunicação social.
Outra proposta é a divisão do
curso em seis eixos curriculares completamente voltados ao
jornalismo desde o início da faculdade. Hoje, como a faculdade é de comunicação social, a
especificidade é bem menor.
O estágio supervisionado
voltaria a ser obrigatório para
conseguir o diploma. O aluno
deverá cumprir 200 horas em
empresas ou na própria faculdade. São sugeridas 300 horas
de atividades complementares
voltadas ao jornalismo.
A comissão propõe ainda que
o trabalho de conclusão de curso individual seja obrigatório.
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