São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2006
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UNICAMP

Em SP, prova é a única sem testes

A estadual de Campinas tem o primeiro dos grandes vestibulares e é inteira dissertativa

VINÍCIUS CAETANO SEGALLA
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL

A maratona dos grandes vestibulares de 2007 em São Paulo começa neste domingo. Neste dia, a partir das 14h, mais de 50 mil candidatos prestam a primeira fase da Unicamp, na briga pelas 2.954 vagas que a instituição oferece.
A prova tem suas peculiaridades. Entre os principais processos seletivos de São Paulo e do Brasil, é um dos únicos que não faz uso de questões-teste. O exame da primeira fase conta apenas com 12 perguntas e uma redação, que compõe 50% da nota da primeira fase. São propostos três temas para a escolha de um.
Já as 12 questões gerais são sobre o conteúdo das seguintes disciplinas do núcleo comum do ensino médio: matemática, física, química, biologia, história e geografia. Português, literatura e inglês são cobrados só na segunda fase.
Além disso, o exame tem um caráter temático, com apenas um assunto permeando todas as questões. No vestibular passado, por exemplo, o tema foi meios de transporte. As questões, então, giraram em torno dele. Em química, por exemplo, perguntou-se sobre emissão de gases poluentes por veículos; em geografia, o sistema ferroviário brasileiro foi abordado.
"A Unicamp inovou no seu processo seletivo há mais de dez anos, revolucionando o vestibular no Brasil. Ela privilegia muito o aluno que lê bastante, o bom leitor. O fato de a prova inteira girar em torno de um mesmo tema favorece os alunos que, lendo atenciosamente os enunciados, vão colhendo informações na própria prova. Quem baseia sua preparação em memorização e "decoreba" não vai bem", analisa o professor Milton Maia, diretor do colégio Integral, de Campinas.
O coordenador-executivo do vestibular da Unicamp, Leandro Tessler, concorda. "O aluno tem de se dar conta de que a prova da Unicamp não é de memorização. Não adianta ficar lendo adoidadamente agora. O que é bom é praticar a leitura e o entendimento de textos", recomenda.
Juliana Karasawa,17, que vai prestar farmácia na Unicamp e na Fuvest, diz não estar preocupada com as peculiaridades da Unicamp. "Não tenho preferência por tipos de prova. Nas perguntas dissertativas, pode-se ganhar ponto mesmo sem saber responder a questão toda; nos testes, sempre dá para chutar e contar com a sorte. O segredo é estar bem preparado e manter a calma."


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