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UNICAMP
Em SP, prova é a única sem testes
A estadual de Campinas tem o primeiro dos grandes vestibulares e é inteira dissertativa
VINÍCIUS CAETANO SEGALLA
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
A maratona dos grandes vestibulares de 2007 em São Paulo
começa neste domingo. Neste
dia, a partir das 14h, mais de 50
mil candidatos prestam a primeira fase da Unicamp, na briga pelas 2.954 vagas que a instituição oferece.
A prova tem suas peculiaridades. Entre os principais processos seletivos de São Paulo e
do Brasil, é um dos únicos que
não faz uso de questões-teste.
O exame da primeira fase conta
apenas com 12 perguntas e uma
redação, que compõe 50% da
nota da primeira fase. São propostos três temas para a escolha de um.
Já as 12 questões gerais são
sobre o conteúdo das seguintes
disciplinas do núcleo comum
do ensino médio: matemática,
física, química, biologia, história e geografia. Português, literatura e inglês são cobrados só
na segunda fase.
Além disso, o exame tem um
caráter temático, com apenas
um assunto permeando todas
as questões. No vestibular passado, por exemplo, o tema foi
meios de transporte. As questões, então, giraram em torno
dele. Em química, por exemplo,
perguntou-se sobre emissão de
gases poluentes por veículos;
em geografia, o sistema ferroviário brasileiro foi abordado.
"A Unicamp inovou no seu
processo seletivo há mais de
dez anos, revolucionando o
vestibular no Brasil. Ela privilegia muito o aluno que lê bastante, o bom leitor. O fato de a prova inteira girar em torno de um
mesmo tema favorece os alunos que, lendo atenciosamente
os enunciados, vão colhendo
informações na própria prova.
Quem baseia sua preparação
em memorização e "decoreba"
não vai bem", analisa o professor Milton Maia, diretor do colégio Integral, de Campinas.
O coordenador-executivo do
vestibular da Unicamp, Leandro Tessler, concorda. "O aluno
tem de se dar conta de que a
prova da Unicamp não é de memorização. Não adianta ficar
lendo adoidadamente agora. O
que é bom é praticar a leitura e
o entendimento de textos", recomenda.
Juliana Karasawa,17, que vai
prestar farmácia na Unicamp e
na Fuvest, diz não estar preocupada com as peculiaridades
da Unicamp. "Não tenho preferência por tipos de prova. Nas
perguntas dissertativas, pode-se ganhar ponto mesmo sem
saber responder a questão toda; nos testes, sempre dá para
chutar e contar com a sorte. O
segredo é estar bem preparado
e manter a calma."
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