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CARREIRA
Curso propõe diálogo entre ciências
Graduação tem foco na ligação entre física, química, matemática, biologia e computação
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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Alex Kunve Susemihl, aluno de ciências moleculares da USP que faz pesquisa sobre os comportamentos de gânglios de siris |
DA REPORTAGEM LOCAL
A idéia é promover a comunicação entre diferentes linguagens e, não, este não é um curso
de tradução ou de lingüística. O
nome pode parecer hermético,
mas o objetivo do curso de
ciências moleculares da USP é
bastante claro: formar pesquisadores capazes de entender
computação, física, matemática, química e biologia e de relacionar essas áreas do saber.
Mas, se você se interessou,
nem adianta procurar a carreira no manual do candidato. É
que o curso segue um modelo
diferente dentro da universidade: para ingressar, é preciso
prestar novo processo seletivo
no meio do ano. As aulas começam no segundo semestre.
A seleção dos 25 estudantes
da turma, segundo a coordenadora do curso, Lucile Maria
Floeter Winter, leva em conta
uma avaliação e uma dinâmica
de grupo, na qual os alunos são
avaliados por sua performance.
"Não dá para dizer qual é o
perfil que buscamos. Podemos
escolher alguém mais tímido. A
liderança positiva é levada em
conta mas também procuramos quem sabe trabalhar em
grupo. O mínimo que o candidato precisa ter é o que o cientista tem: curiosidade, ânsia do
questionamento", diz.
Há 16 anos, quando foi criado, a intenção já era a atual: formar um físico que entenda biologia e um biólogo que entenda
física. Ou seja, instituir a tão comentada interdisciplinaridade.
A própria Fuvest vai colocar
questões interdisciplinares no
vestibular, porque pretende
mostrar que o conhecimento
não é fragmentado.
"Hoje não dá mais para saber
tudo o que acontece em todas
as ciências. O importante é saber quem sabe", afirma a coordenadora do curso.
A interdisciplinaridade
é bem perceptível nos projetos
dos estudantes. Alex Kunve
Susemihl, 21, por exemplo, ingressou na USP pelo bacharelado em matemática aplicada.
Hoje, realiza sua pesquisa no
Instituto de Física sobre os
comportamentos de gânglios
de siris.
"Bati à porta de um monte de
laboratórios. Queria trabalhar
com neurociências, mas nunca
quis ir para o lado da biologia
molecular nem da psicologia.
Achei um orientador que dava
um enfoque mais físico."
Seus experimentos buscam
desvendar o padrão de atividade do gânglio aplicando a Teoria do Caos -que pretende prever o resultado de eventos complexos, nos quais há interação
de uma série de fatores. As aplicações do estudo são várias, segundo Alex. "A gente desenvolve novos métodos, que podem
ser úteis para exames. O estudo
ajuda a compreender melhor
estruturas do sistema nervoso
humano."
(SIMONE HARNIK)
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