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ATUALIDADES
A Rússia e o separatismo tchetcheno
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Pegando carona no tema da coluna do professor de geografia
Eder Melgar -que na última semana escreveu sobre o Cáucaso- e ainda mobilizado pelas
imagens da tragédia na escola de
Beslan, na Ossétia do Norte, retorno à questão do movimento separatista na Tchetchênia, que declarou sua independência após o colapso da União Soviética, em 1991.
Boris Ieltsin, o então presidente,
rejeitou a independência e ordenou a invasão russa em 1994. A intervenção deflagrada por Moscou
causou a destruição da capital,
Grosny, e resultou na morte de
milhares de civis. Em 1996, o impasse foi contornado com a assinatura de um cessar-fogo que
previa a retirada das tropas russas
e concedia autonomia à Tchetchênia. Os radicais muçulmanos
o rejeitaram e intensificaram os
atentados contra alvos russos.
No final de 1999, forças russas
retornaram à Tchetchênia após
atentados realizados por terroristas tchetchenos no Daguestão.
Com a ascensão de Vladimir Putin ao poder na Rússia, em 2000,
os conflitos se intensificaram. Em
abril de 2003, um plebiscito aprovou outra constituição e definiu a
permanência da Tchetchênia na
Federação Russa. Eleições feitas
em outubro, sob protestos dos separatistas, conduziram ao poder
Akhmad Kadyrov, líder tchetcheno alinhado à Rússia.
Entretanto, a crescente presença de militares russos no Cáucaso
contribuiu para o aumento da
violência. Em maio, terroristas
tchetchenos assassinaram Kadyrov. Putin, que teme a insurreição
dos Estados caucasianos e o avanço do fundamentalismo islâmico
na região, responsabiliza o "terrorismo internacional" pela escalada dos atentados. Empenhado em
garantir a hegemonia de Moscou
no Cáucaso, ele já afirmou que
não negociará com terroristas.
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br
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