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Estudar à tarde ou à noite pode ser mais produtivo
DA REPORTAGEM LOCAL
Não conseguir ir para a cama
cedo e sentir sono pela manhã é
algo normal para boa parcela da
população, especialmente para
os jovens. Nesses casos, segundo Luiz Menna-Barreto, coordenador do Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento e
Ritmos Biológicos da USP, em
vez de brigar com a tendência
natural do organismo, o melhor
é matricular-se no cursinho no
período da tarde ou da noite.
Folha - Ir para a cama mais cedo
resolve o problema de jovens
com atraso no relógio biológico?
Luiz Menna-Barreto - Adianta
muito pouco, pois o organismo
ainda não está preparado para o
sono. Uma recomendação é não
fazer força para dormir, pois isso acaba gerando ansiedade e
espanta o sono.
Folha - Como é possível perceber se a pessoa é vespertina ou é
matutina?
Menna-Barreto - Uma avaliação grosseira pode ser feita ao
observar os horários escolhidos
pelas pessoas para realizar atividades físicas intensas durante as
férias. Quanto mais tardio for o
horário escolhido, mais vespertina será essa pessoa.
Folha - Sabendo disso, é melhor
que o estudante se matricule em
determinado período no cursinho ou na escola?
Menna-Barreto - Se houver
possibilidade, uma pessoa vespertina deve estudar à tarde e
concentrar seus esforços em casa nos horários em que tem rendimento maior, à tarde e à noite.
Folha - A prática de estudar até
tarde, pegando no sono, é ruim?
Menna-Barreto - Ao cair sobre
a apostila, ele não está aprendendo mais nada. Entretanto
"estudar até tarde" para uma
pessoa matutina não é o mesmo
que para uma vespertina.
Folha - Tomar estimulantes, como o café e o guaraná, é aconselhável?
Menna-Barreto - Regularmente não, pois essas substâncias
tendem a adiar o início do sono
e, como no dia seguinte os compromissos exigem acordar cedo, a pessoa acaba fabricando
uma privação de sono, indesejável sobretudo quando essa situação se repete com freqüência.
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