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HISTÓRIA
Indústria, colonização e imperialismo
CLAUDIO B. RECCO
ESPECIAL PARA A FOLHA
A industrialização européia determinou grande aumento da
produção e foi responsável pela
Grande Depressão, primeira
grande crise do sistema capitalista. Para a burguesia, era uma crise
de superprodução decorrente dos
grandes investimentos e do grande avanço tecnológico alcançados
à custa da superexploração da
classe operária e da marginalização das atividades rurais.
Se, por um lado, a crise foi responsável pela falência do setor
agrário, por quebras em setores
mais frágeis da economia e por
um nível de desemprego há muito
não encontrado na Europa, por
outro, também foi responsável
pela reorganização do capitalismo. Muitas indústrias sobreviveram graças à intervenção dos bancos, a partir da qual se percebe a
interferência do capital financeiro
na produção.
Foi dessa situação que nasceram os grandes conglomerados
empresariais -trustes, holdings
e cartéis-, que pretenderam dominar determinados setores da
economia, dando origem ao capitalismo monopolista.
No processo de reorganização
das economias nacionais, as grandes empresas procuravam caminhos para superar a crise e, nesse
quadro, iniciaram a conquista de
novos mercados, dominados, porém, com exclusividade. Essa dominação foi completa e complexa. As grandes potências se impuseram do ponto de vista econômico, político, militar, cultural e religioso, um "novo colonialismo".
É exatamente nesse momento
que é percebida a formação do
imperialismo, uma nova forma de
organização do capitalismo, caracterizada pelo predomínio dos
conglomerados empresariais tanto na esfera nacional como na internacional e que impõe, por
meio de mecanismos variados, o
controle sobre territórios da África e da Ásia. Se o liberalismo econômico havia apoiado a idéia de
independência da América, o imperialismo toma o rumo inverso e
cria uma série de justificativas para sua expansão, destacando-se as
teorias racistas de superioridade
do homem branco.
Entre os séculos 19 e 20, a corrida colonial reforçou o predomínio inglês, uma vez que a partilha
afro-asiática foi desigual, agravando a situação da Alemanha e
da Itália, que possuíam poucas
colônias numa época em que tê-las era sinônimo de desenvolvimento.
Dica: o imperialismo norte-americano não participou da conquista da África e da Ásia. Quais
as características do imperialismo
dos EUA na mesma época?
Claudio B. Recco é coordenador do site
www.historianet.com.br, professor do
Objetivo e autor do livro "História em
Manchete - Na Virada do Século"
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