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      São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003
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Bem organizado, texto investe na unidade

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O redator opta pela firme defesa da manutenção do programa espacial brasileiro, uma das possíveis respostas à questão-tema. Não economiza as críticas ao Estado, a quem atribui a responsabilidade pelo acidente ocorrido em Alcântara.
Embora careça de dados que confirmem a "desorganização e o descaso das autoridades", o texto mantém a unidade, o que é positivo. Arrolam-se os benefícios que o desenvolvimento tecnológico traria ao país e faz-se a crítica à pouca importância dispensada ao tema pelo governo (talvez fosse o caso de falar em sucessivos governos).
O terceiro parágrafo estabelece com o anterior relação de oposição, mas faltou um conectivo que a explicitasse. Seria interessante empregar uma conjunção adversativa (mas, porém, entretanto etc.) para fazer a ligação: "A importância do projeto, entretanto, infelizmente não tem encontrado...". O uso do advérbio "infelizmente" reforçaria a posição do autor diante do tema.
Ainda no terceiro parágrafo, ao dizer que "é certo que o país tem carências...", o redator utiliza -e bem- o recurso da atenuação. Mostra que reconhece o outro lado da questão e, ao mesmo tempo, valoriza o seu ponto de vista, confirmando a própria opinião.
A conclusão retoma a introdução e, reforçando a unidade do texto, fecha o raciocínio.


Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha. E-mail: tnicoleti@folhasp.com.br


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