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Bem organizado, texto investe na unidade
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA
O redator opta pela firme defesa da manutenção do programa espacial brasileiro, uma
das possíveis respostas à questão-tema. Não economiza as
críticas ao Estado, a quem atribui a responsabilidade pelo acidente ocorrido em Alcântara.
Embora careça de dados que
confirmem a "desorganização
e o descaso das autoridades", o
texto mantém a unidade, o que
é positivo. Arrolam-se os benefícios que o desenvolvimento
tecnológico traria ao país e faz-se a crítica à pouca importância
dispensada ao tema pelo governo (talvez fosse o caso de falar
em sucessivos governos).
O terceiro parágrafo estabelece com o anterior relação de
oposição, mas faltou um conectivo que a explicitasse. Seria
interessante empregar uma
conjunção adversativa (mas,
porém, entretanto etc.) para fazer a ligação: "A importância
do projeto, entretanto, infelizmente não tem encontrado...".
O uso do advérbio "infelizmente" reforçaria a posição do autor diante do tema.
Ainda no terceiro parágrafo,
ao dizer que "é certo que o país
tem carências...", o redator utiliza -e bem- o recurso da
atenuação. Mostra que reconhece o outro lado da questão
e, ao mesmo tempo, valoriza o
seu ponto de vista, confirmando a própria opinião.
A conclusão retoma a introdução e, reforçando a unidade
do texto, fecha o raciocínio.
Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da
Folha.
E-mail: tnicoleti@folhasp.com.br
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