DA REPORTAGEM LOCAL

Imaginar o conceito de um avião, fazer o projeto, enviar um relatório, apresentá-lo diante de uma comissão e, por último, fazê-lo voar. O que parece ser as etapas de produção de um avião de verdade, na realidade, são as fases da competição Aerodesign, que reúne estudantes de todo o país.
Neste ano, a competição será entre os dias 26 e 28 em São José dos Campos (SP) e terá a participação de 56 equipes de 37 escolas. Podem participar estudantes de engenharia, de ciências aeronáuticas e de física, mas a maioria dos participantes é de engenharia.
No primeiro dia de competição, os participantes expõem os seus projetos para os juízes, que fazem perguntas e dão uma nota para a exposição. Outra nota vem do próprio relatório do projeto, que é enviado dois meses antes.
A última nota é a da competição de vôo, quando os participantes decolam suas aeronaves e as guiam por um percurso de 122 metros, para depois pousá-las. Em cada vôo, os aviões levam uma carga cada vez maior. Vence a prova quem conseguir fazer o percurso com o maior peso.
"Tudo o que tem de fazer na competição os alunos irão usar depois na vida real. Eles têm de formar uma equipe, vender o projeto para a banca e aprender a negociar, para conseguir patrocínio e para ter uma sala na faculdade", disse Ana Laura Rebello, coordenadora do comitê técnico da Aerodesign.
Segundo ela, outra vantagem é juntar vários aspectos do avião que são aprendidos na escola separadamente. "Na escola, aprendem-se as matérias separadamente, mas aqui é preciso juntá-las. Não adianta a aerodinâmica ser uma maravilha se a estrutura for ruim."
Apesar de ser necessário ter um professor responsável, são os alunos que fazem todo o trabalho. "Os estudantes que pensam o conceito, fazem o projeto e constróem o avião. O professor fica apenas na retaguarda. Quando os alunos o procuram, ele indica o caminho, mas não resolve os problemas", disse Eduardo Morgado Belo, professor do núcleo de pesquisa em aeronáutica da USP de São Carlos.


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