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      São Paulo, quinta-feira, 18 de dezembro de 2003
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ATUALIDADES

Acordo de Genebra: uma nova alternativa à paz

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Após o fracasso do acordo de paz, o "Mapa do Caminho", surge uma nova proposta para a crise no Oriente Médio. Recentemente, na Suíça, o ex-ministro da Justiça israelense Yossi Beilin e o ex-ministro da Informação Iasser Abed Rabbo, palestino, apresentaram o Acordo de Genebra, uma proposta independente para solucionar o conflito israelo-palestino. Simbólico, visto que não teve participação de representantes oficiais do governo de Israel nem da Autoridade Nacional Palestina, o plano pretende mostrar que ainda há alternativas ao conflito.
O novo acordo focaliza três pontos essenciais: o estatuto de Jerusalém, a situação dos refugiados e as fronteiras entre Israel e o futuro Estado palestino. Segundo o plano, Israel deveria, além de remover os assentamentos dos territórios de Gaza e da Cisjordânia, recuar para as fronteiras estabelecidas na Guerra dos Seis Dias, de 1967, e devolver Jerusalém Oriental, capital do futuro Estado. Em contrapartida, os palestinos abdicariam do direito de retorno às suas terras em Israel e aceitariam ser indenizados.
Ariel Sharon, premiê israelense, chamou o plano de "subversivo" e acusou de traição os opositores a seu governo que negociaram essa proposta em nome de Israel. Membros da ANP estiveram em Genebra para levar a palavra de solidariedade de Iasser Arafat. Compareceram à cerimônia em apoio a essa iniciativa o secretário geral da ONU, Kofi Annan, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell.
Extremistas palestinos do Hamas e da Jihad Islâmica condenaram a iniciativa, alegando que o direito dos refugiados é inalienável. No mesmo compasso, Sharon prossegue com o Muro da Cisjordânia, já comparado aos "bantustões", guetos raciais criados pelo apartheid na África do Sul para isolar os negros.


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br


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