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ATUALIDADES
Acordo de Genebra: uma nova alternativa à paz
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Após o fracasso do acordo de
paz, o "Mapa do Caminho",
surge uma nova proposta para a
crise no Oriente Médio. Recentemente, na Suíça, o ex-ministro da
Justiça israelense Yossi Beilin e o
ex-ministro da Informação Iasser
Abed Rabbo, palestino, apresentaram o Acordo de Genebra, uma
proposta independente para solucionar o conflito israelo-palestino. Simbólico, visto que não teve
participação de representantes
oficiais do governo de Israel nem
da Autoridade Nacional Palestina, o plano pretende mostrar que
ainda há alternativas ao conflito.
O novo acordo focaliza três
pontos essenciais: o estatuto de
Jerusalém, a situação dos refugiados e as fronteiras entre Israel e o
futuro Estado palestino. Segundo
o plano, Israel deveria, além de remover os assentamentos dos territórios de Gaza e da Cisjordânia,
recuar para as fronteiras estabelecidas na Guerra dos Seis Dias, de
1967, e devolver Jerusalém Oriental, capital do futuro Estado. Em
contrapartida, os palestinos abdicariam do direito de retorno às
suas terras em Israel e aceitariam
ser indenizados.
Ariel Sharon, premiê israelense,
chamou o plano de "subversivo"
e acusou de traição os opositores
a seu governo que negociaram essa proposta em nome de Israel.
Membros da ANP estiveram em
Genebra para levar a palavra de
solidariedade de Iasser Arafat.
Compareceram à cerimônia em
apoio a essa iniciativa o secretário
geral da ONU, Kofi Annan, e o secretário de Estado dos Estados
Unidos, Colin Powell.
Extremistas palestinos do Hamas e da Jihad Islâmica condenaram a iniciativa, alegando que o
direito dos refugiados é inalienável. No mesmo compasso, Sharon
prossegue com o Muro da Cisjordânia, já comparado aos "bantustões", guetos raciais criados pelo
apartheid na África do Sul para
isolar os negros.
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br
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