São Paulo, terça-feira, 19 de janeiro de 2010
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LEITURA OBRIGATÓRIA

Obras ajudam em qualquer vestibular, dizem professores

Trechos dos livros aparecem em provas de todo o país

DA REPORTAGEM LOCAL

A leitura dos nove livros da lista unificada requer tempo e dedicação. Será que o aluno que não vai prestar vestibular para Fuvest e Unicamp precisa mesmo ler essas obras?
É bom, dizem todos os professores consultados pelo "Fovest". Os livros que compõem a lista unificada são tão clássicos e tão importantes na literatura que a sua leitura é fundamental para uma boa formação.
Além disso, tais livros compuseram, em 2009, as listas de leitura obrigatória de uma série de vestibulares do país.
É o caso de "Vidas Secas", presente, por exemplo, na lista de livros do último vestibular da UFBA e da UFRN, federais da Bahia e do Rio Grande do Norte, respectivamente. Na Bahia, a obra vale também neste ano. Já na lista da PUC-SP, essa relação é mais explícita: cinco livros foram sugeridos pela banca, e todos faziam parte da lista unificada.
E mais: mesmo nos vestibulares em que não há lista obrigatória de livros, essas obras costumam aparecer.
Exemplos não faltam. No vestibular 2005 da UFSCar (federal de São Carlos), um trecho de "Dom Casmurro" servia como apoio para cinco questões de língua portuguesa. No mesmo ano, no primeiro exame de qualificação da Uerj (estadual do Rio), 3 das 15 questões de língua portuguesa também se originaram em excerto do livro de Machado de Assis.
No Enem, que também não tem lista obrigatória, a presença dessas obras é constante. Mateus Prado, presidente do Instituto Henfil, afirma que os exames de 1999, 2001 e 2007 usaram ao menos um livro da lista. Nos dois primeiros, foram poemas do "Antologia Poética"; no último, questões sobre o "Vidas Secas". Pelo estilo do exame nacional, Prado acredita que as obras podem ser cobradas, inclusive, fora da prova de linguagens. "Podem aparecer nas ciências humanas", diz.
Felipe Couto, coordenador de língua portuguesa do curso Ph, do Rio, defende que os alunos leiam as obras da lista unificada independentemente do vestibular que vão prestar.
"Isso ajuda o aluno a desenvolver boas redações e é fundamental para reconhecer o estilo do autor e da época em que a obra foi escrita."
Mas, em ano de vestibular, o tempo é precioso e selecionar bem ao que se dedicar é um trunfo na preparação.
Por isso, Couto sugere dois tipos de leitura: uma mais cuidadosa para quem enfrentará um vestibular em que as obras são especificamente cobradas e outra mais leve para os demais candidatos. "Quem presta USP e Unicamp tem de se preocupar com detalhes do enredo. Onde não há lista, deve-se ter uma noção geral."


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