São Paulo, terça-feira, 19 de janeiro de 2010
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Lista de livros deve estimular hábito de ler

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
CONSULTORA DE LÍNGUA PORTUGUESA

A lista unificada de leituras obrigatórias para os vestibulares da USP e da Unicamp, que servirá de base para os exames de 2011 e 2012, traz sete livros de autores brasileiros e dois de portugueses. A prosa prevalece sobre a poesia -esta aparece representada apenas pela antologia de Vinicius de Moraes.
Mesmo omitindo o período renascentista, o período barroco e as obras do início do século 20, a lista é bastante abrangente. Do ponto de vista formal, os estudantes poderão comparar a linguagem de Alencar em "Iracema", romance considerado um "poema em prosa", com a exuberância linguística de Eça de Queirós e com a concisão de Machado de Assis e de Graciliano Ramos, nomes que não poderiam faltar.
O livro de Manuel A. Almeida ("Memórias de um Sargento de Milícias"), além de ser uma leitura prazerosa para os jovens, é representativo da transição do romantismo para o realismo e, por isso mesmo, permite analisar as diferenças entre esses dois momentos da literatura.
Se é verdade que, lendo uma obra de Gil Vicente, uma de Alencar, uma de Machado de Assis, uma de Graciliano e uma de Jorge Amado, o estudante tem um panorama da trajetória da língua portuguesa através dos séculos, é também forçoso notar que, desse ponto de vista, fazem falta Camões e Vieira, que, cada um a seu modo, desenvolveram as potencialidades da língua de maneira ímpar.
Essas leituras devem servir de estímulo aos estudantes para conhecer também os clássicos estrangeiros e as novas criações nacionais.

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