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Lista de livros deve estimular hábito de ler
THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
CONSULTORA DE LÍNGUA
PORTUGUESA
A lista unificada de leituras
obrigatórias para os vestibulares da USP e da Unicamp,
que servirá de base para os
exames de 2011 e 2012, traz
sete livros de autores brasileiros e dois de portugueses.
A prosa prevalece sobre a
poesia -esta aparece representada apenas pela antologia de Vinicius de Moraes.
Mesmo omitindo o período renascentista, o período
barroco e as obras do início
do século 20, a lista é bastante abrangente. Do ponto de
vista formal, os estudantes
poderão comparar a linguagem de Alencar em "Iracema", romance considerado
um "poema em prosa", com a
exuberância linguística de
Eça de Queirós e com a concisão de Machado de Assis e
de Graciliano Ramos, nomes
que não poderiam faltar.
O livro de Manuel A. Almeida ("Memórias de um
Sargento de Milícias"), além
de ser uma leitura prazerosa
para os jovens, é representativo da transição do romantismo para o realismo e, por
isso mesmo, permite analisar as diferenças entre esses
dois momentos da literatura.
Se é verdade que, lendo
uma obra de Gil Vicente,
uma de Alencar, uma de Machado de Assis, uma de Graciliano e uma de Jorge Amado, o estudante tem um panorama da trajetória da língua portuguesa através dos
séculos, é também forçoso
notar que, desse ponto de
vista, fazem falta Camões e
Vieira, que, cada um a seu
modo, desenvolveram as potencialidades da língua de
maneira ímpar.
Essas leituras devem servir de estímulo aos estudantes para conhecer também os
clássicos estrangeiros e as
novas criações nacionais.
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