São Paulo, terça-feira, 20 de fevereiro de 2007
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CARREIRA

Dentista tem de driblar concorrência

Profissional cuida da saúde e da estética da boca; mercado está saturado nas grandes capitais

DA REPORTAGEM LOCAL

Profissão antiga e tradicional, a carreira de odontologia é a ciência voltada para o cuidado da saúde e estética da boca.
O dentista atua na prevenção, na reabilitação das doenças bucais e suas seqüelas, além de fazer o diagnóstico de enfermidades que afetam o organismo e se manifestam na boca.
Ele pode trabalhar como clínico-geral ou especialista nas diferentes áreas odontológicas -para obter o título de especialista é preciso fazer um dos cursos oferecidos para cada especialidade após a graduação.
A profissão é exercida em consultórios particulares ou em serviços públicos e privados, como escolas, empresas, hospitais e clínicas.
"Todo mundo que faz odontologia pensa em abrir um consultório próprio, mas o campo de trabalho é amplo e o formado pode atuar também em um dos programas governamentais, ser professor ou pesquisador", explica Eduardo Piza Pellizzer, coordenador do curso da Unesp de Araçatuba.

Queda na procura
Assim como o direito e a medicina, odontologia é uma carreira que sempre gozou de prestígio. No entanto, o curso chegou a ser mais disputado do que é hoje: em 1994, por exemplo, dos 73 cursos oferecidos pela USP naquele ano, foi o quinto mais concorrido (havia 33,94 candidatos para uma vaga no curso em São Paulo); no vestibular da Fuvest de 2006, de 103 cursos, foi o 59º mais disputado e a relação candidato/vaga caiu para 10,38.
Uma das razões pode estar no mercado saturado, principalmente nas grandes capitais, o que acaba desanimando. São mais de 212 mil dentistas no país, segundo dados do Conselho Federal de Odontologia. Para ter uma idéia, ao cruzar dados populacionais do IBGE de 2005 com as informações do conselho, há em São Paulo um dentista para cerca de 570 habitantes. No Maranhão, existe um profissional para mais de 3.200 pessoas.
"A saturação está nas regiões Sudeste e Sul. No Nordeste e principalmente no Norte do país, a remuneração é atrativa: R$ 5.500 é o quanto se pode ganhar por meio período de trabalho no Acre. Só que não existe candidato interessado", afirma Pellizzer.
O professor ressalta, porém, que esse fator não deve ser encarado como um empecilho. "O mercado está se acomodando e os interessados não podem desanimar por causa disso."
Valéria Rodrigues de Macedo, 29 anos e há seis cirurgiã-dentista, conta que não tem do que reclamar. "Hoje tenho uma boa clientela. No começo foi preciso paciência, mas é uma questão de tempo."
Após deixar a faculdade, ela optou por fazer aperfeiçoamentos. "É importante se manter atualizado. Nunca fiquei seis meses sem estudar".
Para ela, devolver um sorriso bonito e saudável é a melhor recompensa. "Além da questão da auto-estima, com uma prótese, o paciente terá uma alimentação melhor, o que irá interferir na sua qualidade de vida."

Curso
Com duração de quatro a cinco anos, o curso tem disciplinas básicas, como microbiologia, patologia, fisiologia e anatomia, nos primeiros anos. "Na Unicamp, o curso é bem dinâmico. Já no segundo ano o aluno faz atividades pré-clínicas, em que treina a destreza em manequins", explica Antonio Wilson Sallum, professor titular da faculdade de odontologia da Unicamp de Piracicaba da área de periodontia. (FERNANDA CALGARO)


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