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CARREIRA
Dentista tem de driblar concorrência
Profissional cuida da saúde e da estética da boca; mercado está saturado nas grandes capitais
DA REPORTAGEM LOCAL
Profissão antiga e tradicional, a carreira de odontologia é
a ciência voltada para o cuidado
da saúde e estética da boca.
O dentista atua na prevenção, na reabilitação das doenças bucais e suas seqüelas, além
de fazer o diagnóstico de enfermidades que afetam o organismo e se manifestam na boca.
Ele pode trabalhar como clínico-geral ou especialista nas
diferentes áreas odontológicas
-para obter o título de especialista é preciso fazer um dos cursos oferecidos para cada especialidade após a graduação.
A profissão é exercida em
consultórios particulares ou
em serviços públicos e privados, como escolas, empresas,
hospitais e clínicas.
"Todo mundo que faz odontologia pensa em abrir um consultório próprio, mas o campo
de trabalho é amplo e o formado pode atuar também em um
dos programas governamentais, ser professor ou pesquisador", explica Eduardo Piza Pellizzer, coordenador do curso
da Unesp de Araçatuba.
Queda na procura
Assim como o direito e a medicina, odontologia é uma carreira que sempre gozou de
prestígio. No entanto, o curso
chegou a ser mais disputado do
que é hoje: em 1994, por exemplo, dos 73 cursos oferecidos
pela USP naquele ano, foi o
quinto mais concorrido (havia
33,94 candidatos para uma vaga no curso em São Paulo); no
vestibular da Fuvest de 2006,
de 103 cursos, foi o 59º mais
disputado e a relação candidato/vaga caiu para 10,38.
Uma das razões pode estar
no mercado saturado, principalmente nas grandes capitais,
o que acaba desanimando. São
mais de 212 mil dentistas no
país, segundo dados do Conselho Federal de Odontologia. Para ter uma idéia, ao cruzar dados populacionais do IBGE de
2005 com as informações do
conselho, há em São Paulo um
dentista para cerca de 570 habitantes. No Maranhão, existe
um profissional para mais de
3.200 pessoas.
"A saturação está nas regiões
Sudeste e Sul. No Nordeste e
principalmente no Norte do
país, a remuneração é atrativa:
R$ 5.500 é o quanto se pode ganhar por meio período de trabalho no Acre. Só que não existe candidato interessado", afirma Pellizzer.
O professor ressalta, porém,
que esse fator não deve ser encarado como um empecilho. "O
mercado está se acomodando e
os interessados não podem desanimar por causa disso."
Valéria Rodrigues de Macedo, 29 anos e há seis cirurgiã-dentista, conta que não tem do
que reclamar. "Hoje tenho uma
boa clientela. No começo foi
preciso paciência, mas é uma
questão de tempo."
Após deixar a faculdade, ela
optou por fazer aperfeiçoamentos. "É importante se manter atualizado. Nunca fiquei
seis meses sem estudar".
Para ela, devolver um sorriso
bonito e saudável é a melhor recompensa. "Além da questão da
auto-estima, com uma prótese,
o paciente terá uma alimentação melhor, o que irá interferir
na sua qualidade de vida."
Curso
Com duração de quatro a cinco anos, o curso tem disciplinas
básicas, como microbiologia,
patologia, fisiologia e anatomia,
nos primeiros anos. "Na Unicamp, o curso é bem dinâmico.
Já no segundo ano o aluno faz
atividades pré-clínicas, em que
treina a destreza em manequins", explica Antonio Wilson
Sallum, professor titular da faculdade de odontologia da Unicamp de Piracicaba da área de
periodontia.
(FERNANDA CALGARO)
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