São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 2006
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VALE A PENA SABER

REDAÇÃO

Prova afere capacidade de organizar idéias

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Para muitos estudantes, a redação ainda é o célebre bicho-de-sete-cabeças na hora do vestibular. Como estudar essa matéria? Qual é a maneira correta de fazer um bom texto? Não há modelos que sempre sejam satisfatórios, receitas que sempre dêem certo. Há quem acredite na eficácia de conselhos do tipo "construir três parágrafos", "fazer tese e antítese" ou "usar a última frase como título", entre outros. Não é, todavia, transformando o ato de escrever numa tarefa burocrática, numa espécie de preenchimento de formulários, que se chega a bons resultados -pelo menos quando a intenção é redigir um texto autônomo, um texto capaz de refletir o pensamento do autor. O objetivo de todo texto é a comunicação de uma idéia. Para que isso ocorra de maneira clara, é preciso que se apresente um raciocínio. Não basta ter informações soltas sobre o assunto e despejá-las sobre a folha de papel. É necessário fazer um trabalho de organização desse material a serviço da expressão de uma idéia maior. Essa ordenação, que pressupõe a hierarquização das idéias (algumas delas são mais relevantes que outras, umas apenas apóiam outras), é o que, de fato, conta.
O que se pretende aferir no vestibular é a capacidade do candidato de expressar suas idéias de modo organizado. O estudo das conjunções e das orações (subordinadas e coordenadas) é um grande aliado de quem tem dificuldade em perceber as relações entre as idéias. O bom uso dos elementos de coesão é sinal de amadurecimento do raciocínio.
É fundamental ainda ter opinião acerca do tema sobre o qual se vai discorrer a fim de que o texto ultrapasse o terreno das meras constatações. A opinião não é um palpite impensado; diferentemente disso, ela é o resultado de um raciocínio. Esse raciocínio, ou seja, esse caminho de associações e relações lógico-semânticas percorrido pelo cérebro, deve ser mostrado ao leitor. É esse o trabalho de quem escreve um texto argumentativo, modelo textual eleito pelos principais vestibulares do país.


THAÍS NICOLETI DE CAMARGO, autora dos livros "Redação Linha a Linha" (Publifolha) e "Uso da Vírgula" (Manole), é colunista da Folha Online e do site gazetaweb.globo.com/
thaisncamargo@uol.com.br


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