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ATUALIDADES
PCC se impôs pela violência nos presídios paulistas
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
São Paulo parou. Entre os
dias 12 e 19 de maio o medo tomou conta da população. A organização PCC (Primeiro Comando da Capital) comandou
esse caos do interior dos presídios em todo o Estado de São
Paulo. Foram mais de 50 unidades rebeladas. Os membros
do PCC em liberdade passaram
a atacar postos policiais, a queimar ônibus e a espalhar o medo
entre a população -foram registrados cerca de 200 ataques
e mais de cem mortes.
A rebelião foi deflagrada
quando a Secretaria da Administração Penitenciária transferiu para o presídio de Presidente Venceslau (620 km de
SP) 765 detentos do PCC, entre
eles Marcos Willians Herbas
Camacho, o Marcola, apontado
como chefe da organização.
O PCC nasceu em 1993 na
Casa de Custódia de Taubaté,
presídio de segurança máxima
que abrigava os detentos mais
perigosos do Estado. O tratamento, segundo os presos, era
"linha dura", ou seja, a lei do
"cano de ferro". Revoltados
com supostos abusos, os presos
selaram um pacto de proteção
mútua: "quem ofender um de
nós ofenderá a todos".
Rapidamente o pacto evoluiu para uma organização e se
espalhou pelas prisões. Inúmeros detentos passaram a seguir
o estatuto. Cada novo integrante se compromete, quando
em liberdade, a contribuir financeiramente para ajudar os
presos. Nos presídios, o PCC se
impôs pela violência. Recusam-se a cumprir normas e desejam administrar as prisões,
segundo suas próprias leis.
ROBERTO CANDELORI é professor do Colégio
Móbile.
rcandelori@uol.com.br
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