São Paulo, terça-feira, 20 de junho de 2006
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ATUALIDADES

PCC se impôs pela violência nos presídios paulistas

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

São Paulo parou. Entre os dias 12 e 19 de maio o medo tomou conta da população. A organização PCC (Primeiro Comando da Capital) comandou esse caos do interior dos presídios em todo o Estado de São Paulo. Foram mais de 50 unidades rebeladas. Os membros do PCC em liberdade passaram a atacar postos policiais, a queimar ônibus e a espalhar o medo entre a população -foram registrados cerca de 200 ataques e mais de cem mortes. A rebelião foi deflagrada quando a Secretaria da Administração Penitenciária transferiu para o presídio de Presidente Venceslau (620 km de SP) 765 detentos do PCC, entre eles Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como chefe da organização. O PCC nasceu em 1993 na Casa de Custódia de Taubaté, presídio de segurança máxima que abrigava os detentos mais perigosos do Estado. O tratamento, segundo os presos, era "linha dura", ou seja, a lei do "cano de ferro". Revoltados com supostos abusos, os presos selaram um pacto de proteção mútua: "quem ofender um de nós ofenderá a todos". Rapidamente o pacto evoluiu para uma organização e se espalhou pelas prisões. Inúmeros detentos passaram a seguir o estatuto. Cada novo integrante se compromete, quando em liberdade, a contribuir financeiramente para ajudar os presos. Nos presídios, o PCC se impôs pela violência. Recusam-se a cumprir normas e desejam administrar as prisões, segundo suas próprias leis.


ROBERTO CANDELORI é professor do Colégio Móbile. rcandelori@uol.com.br


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