Expectativa de pró-reitora é que abstenção seja mais baixa neste ano

Rafael Hupsel/Folha Imagem

Solange, 18, prestará química e vai usar o bônus do Pasusp

PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

Ainda sob o impacto da ausência de 84% dos inscritos no ano passado, sem a parceria com a Secretaria Estadual da Educação e engatinhando enquanto processo seletivo seriado, a prova do Pasusp (Programa de Avaliação Seriada da USP) acontece neste domingo, às 13h, em 65 escolas do Estado.
O Pasusp é voltado a estudantes do terceiro ano do ensino médio da rede pública de escolas municipais ou estaduais de São Paulo e tem por objetivo aumentar em até 3% a pontuação do aluno na primeira e na segunda fase da Fuvest.
O Pasusp é um dos braços do Inclusp, programa que concede a alunos de escola pública bônus de até 12% no vestibular da Fuvest. O objetivo é aumentar a quantidade de alunos de escolas públicas na USP.
Neste ano, o Pasusp teve 12.821 inscritos, contra 48.862 no ano passado, quando as escolas eram responsáveis por inscrever seus alunos na prova.
Em 2008, a Secretaria Estadual da Educação de SP participou do custeio, da divulgação e da inscrição no programa. Já nesta edição, o aluno precisou acessar o site da Fuvest para se inscrever na prova, sem o intermédio dos diretores.
Com a mudança, a pró-reitora de graduação da USP, Selma Garrido, acredita que a abstenção cairá. "O número de presentes deve se equiparar ao do ano passado, quando 7.889 candidatos fizeram a prova."
A Secretaria da Educação diz que ajudou mais em 2008 por se tratar do primeiro ano do programa, mas que tem um importante papel nesta edição, o de divulgação.
Como quem prestou o Pasusp de 2008 ainda pode aproveitar neste ano a bonificação do ano passado, Solange Corrêa, 18, espera uma ajudinha dos 2,29% que obteve para ser aprovada no curso de química. "Ano passado foi por pouco. Neste ano eu estou mais confiante", diz a estudante.
Por enquanto, a proposta de avaliação seriada está apenas no nome do programa. Ao ser lançado, o Pasusp previa uma implantação gradativa da prova, de forma que, até 2011, todos os anos do ensino médio fossem submetidos ao exame que rende bônus na Fuvest.
Apesar de ainda não ter a abrangência esperada, Selma diz que o Pasusp é muito positivo por "aproximar a universidade da escola pública". A pró-reitora diz que, numa simulação feita com o resultado do Inclusp do ano passado, cerca de dois terços dos beneficiados passariam na USP mesmo sem a ajuda dos 12% de bônus.
Segundo Mauro Bertotti, coordenador do grupo de trabalho responsável pelo vestibular na USP, o resultado dessa simulação prova que o programa de inclusão favorece o bom aluno de escola pública. "Procuramos os diamantes brutos para dar um empurrãozinho."


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