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BIOLOGIA
Células-tronco embrionárias
FABIO GIORDANO
ESPECIAL PARA A FOLHA
As células-tronco embrionárias
são únicas devido a sua capacidade de se diferenciar em todos os
tipos de tecido. Elas são uma esperança no tratamento de doenças degenerativas, como diabetes
e mal de Parkinson.
Quando se conseguem embriões muito pequenos, essas células parecem ser ainda mais flexíveis, com capacidade para se
transformar em qualquer outro
tipo. As células também parecem
viver e crescer constantemente
em laboratórios, diferentemente
das denominadas "células diferenciadas", que se convertem em
células cutâneas, musculares e assim por diante, oferecendo uma
fonte potencial ilimitada para os
tecidos e, quem sabe, algum dia,
até para órgãos de transplante.
O uso das células-tronco embrionárias é polêmico, pois elas
são derivadas de embriões abortados ou descartados de programas de fertilização in vitro. Recentemente, descobriu-se que há
células-tronco na polpa dentária
dos "dentes de leite", cujo aproveitamento é eticamente pouco
comprometedor. Células-tronco
presentes em cordões umbilicais
vêm sendo armazenadas já há algum tempo com essa finalidade.
Neste ano, um modo de "fabricar" células-tronco de uma forma
um pouco mais ética foi liberado
na Grã-Bretanha e vem sendo testado pela equipe que clonou a
ovelha Dolly.
A idéia da técnica consiste em
gerar embriões humanos que não
possam chegar ao estágio de feto,
fazendo com que óvulos humanos se transformem em embriões
precoces, sem que antes sejam
fertilizados pelas células de esperma, num sistema de reprodução
chamado partenogênese, comum
no reino animal.
As células-tronco criadas por
esse processo poderão ser usadas
somente para, por exemplo, pesquisa, para o desenvolvimento de
novos medicamentos ou para o
estudo de doenças congênitas.
Fabio Giordano é bacharel em biologia,
doutor em ecologia pela USP e professor-pesquisador da Unisanta
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