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      São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2003
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REDAÇÃO DO LEITOR

Simplismo enfraquece argumentação

THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Na introdução do texto, faltou apresentar o tema de discussão de modo mais preciso -dizer, por exemplo, que a proposta de substituição do vestibular por outro tipo de seleção partiu do novo reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira.
No segundo parágrafo, o redator tentou explicar a idéia anterior, mas não conseguiu desenvolver o raciocínio -apenas substituiu o "grande abismo" existente entre o ensino público e o particular pela "defasagem" entre eles.
Trata o problema de maneira simplista: o Estado investiria na escola pública, a escola particular se extinguiria, todos teriam as mesmas oportunidades e, em igualdade de condições, concorreriam às vagas da universidade pública por meio da análise curricular.
A situação, como foi exposta, omite a complexidade da questão. Afinal, que circunstâncias levam ao debate sobre eventuais mudanças no sistema de ingresso na universidade?
O temor de que o nível da universidade pública se deteriore, por legítimo que seja, involuntariamente serve à defesa da manutenção do sistema vigente com todos os problemas que carrega. Por que não pensar em um esforço conjunto da sociedade na tentativa de minorar as injustiças?
É fora de dúvida que o Estado tem de investir mais na educação, mas é preciso tentar entender por que esse discurso nunca se transforma em realidade.


Thaís Nicoleti de Camargo é consultora de língua portuguesa da Folha. E-mail: tnicoleti@folhasp.com.br


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