São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004
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Internet complementa trabalho

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo depois da crise das empresas pontocom, em 2000, a internet continua sendo uma mídia que atrai os publicitários e que tem absorvido boa parte dos recém-formados. "Aqui no Brasil, a internet é utilizada como complemento de campanhas desenvolvidas para os veículos tradicionais: TV, rádio, jornal, revista, outdoor", afirma Ruy Sanches, para quem a internet não representou uma mudança na área de criação.
Já a estudante do último semestre de publicidade e propaganda da USP Alessandra Muccillo, 24, acha que a internet mudou não só o processo criativo como também a estratégia de negócio.
"Por ser uma mídia mais ágil, pode dar um retorno mais rápido, às vezes imediato", diz. Para ela, que atua na área de criação on-line de uma grande agência, nem todas as empresas dão o devido valor à internet.
Segundo a publicitária Maria Alessandra Calheira -que ganhou neste ano o Leão de Ouro no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, na França, considerado o Oscar da publicidade mundial, pela redação de um site-, a internet influencia na estética dos comerciais. Além disso, ela ressalta a facilidade de encontrar na rede informações sobre o ramo de atuação do cliente e sobre o público-alvo, facilitando o trabalho.
"A interatividade, depois da internet, passou a ser uma característica perseguida quando se cria um anúncio, um comercial e até cartões de Natal. Dá para fazer algo na linha "Junte A com B e veja o resultado'", afirma.
Para Maria Alessandra, a grande mudança que vai mexer com a profissão nos próximos anos é a integração entre internet e TV.
"Por tudo isso, sairá na frente o profissional que tiver o domínio de muitas técnicas e de linguagens diferentes. Um diretor de arte, por exemplo, vai ter de saber fazer layouts em qualquer mídia, de várias formas e em qualquer formato. Vai ser preciso saber muito mais e de tudo."
Sanches vê como tendência na área o chamado marketing viral. "Uma idéia superpoderosa que caia no gosto popular e que desperte no internauta a vontade de compartilhá-la com alguém. É a propaganda boca a boca eletrônica, dessas que se espalham espontaneamente, como um vírus", explica, lembrando a estratégia de divulgação do filme "A Bruxa de Blair" (EUA, 1999). "A publicidade do filme é a precursora desse tipo de mídia." (PV)


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