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Internet complementa trabalho
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo depois da crise das empresas pontocom, em 2000, a internet continua sendo uma mídia
que atrai os publicitários e que
tem absorvido boa parte dos recém-formados. "Aqui no Brasil, a
internet é utilizada como complemento de campanhas desenvolvidas para os veículos tradicionais:
TV, rádio, jornal, revista, outdoor", afirma Ruy Sanches, para
quem a internet não representou
uma mudança na área de criação.
Já a estudante do último semestre de publicidade e propaganda
da USP Alessandra Muccillo, 24,
acha que a internet mudou não só
o processo criativo como também
a estratégia de negócio.
"Por ser uma mídia mais ágil,
pode dar um retorno mais rápido,
às vezes imediato", diz. Para ela,
que atua na área de criação on-line de uma grande agência, nem
todas as empresas dão o devido
valor à internet.
Segundo a publicitária Maria
Alessandra Calheira -que ganhou neste ano o Leão de Ouro no
Festival Internacional de Publicidade de Cannes, na França, considerado o Oscar da publicidade
mundial, pela redação de um site-, a internet influencia na estética dos comerciais. Além disso,
ela ressalta a facilidade de encontrar na rede informações sobre o
ramo de atuação do cliente e sobre o público-alvo, facilitando o
trabalho.
"A interatividade, depois da internet, passou a ser uma característica perseguida quando se cria
um anúncio, um comercial e até
cartões de Natal. Dá para fazer algo na linha "Junte A com B e veja o
resultado'", afirma.
Para Maria Alessandra, a grande mudança que vai mexer com a
profissão nos próximos anos é a
integração entre internet e TV.
"Por tudo isso, sairá na frente o
profissional que tiver o domínio
de muitas técnicas e de linguagens
diferentes. Um diretor de arte, por
exemplo, vai ter de saber fazer layouts em qualquer mídia, de várias formas e em qualquer formato. Vai ser preciso saber muito
mais e de tudo."
Sanches vê como tendência na
área o chamado marketing viral.
"Uma idéia superpoderosa que
caia no gosto popular e que desperte no internauta a vontade de
compartilhá-la com alguém. É a
propaganda boca a boca eletrônica, dessas que se espalham espontaneamente, como um vírus", explica, lembrando a estratégia de
divulgação do filme "A Bruxa de
Blair" (EUA, 1999). "A publicidade do filme é a precursora desse tipo de mídia."
(PV)
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