São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004
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ATUALIDADES

Muamar Gaddafi quer mudar a imagem da Líbia

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Disposto a mudar a imagem do seu país no mundo, o coronel líbio Muamar Gaddafi anunciou recentemente a sua disposição de aderir ao Tratado sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), de promover o desmantelamento de armas não-convencionais e de abrir o país para a fiscalização das Nações Unidas.
Localizada no norte da África, a Líbia tem como base da sua economia o petróleo, responsável por 90% das suas exportações. Acusados de patrocinar ações terroristas pelo mundo, a Líbia e o seu líder Gaddafi foram condenados ao isolamento. Após sucessivos bombardeios sobre Trípoli em 1986, os EUA impuseram ao país rígidas sanções econômicas.
Na década seguinte, a ONU determinou um embargo econômico depois da recusa do coronel Gaddafi a extraditar os responsáveis pela queda do avião da empresa americana Pan Am, em dezembro de 1988, sobre a cidade de Lockerbie, na Escócia, causando a morte de 269 pessoas.
Socialista e defensor do nacionalismo árabe, o pan-arabismo, o coronel Muamar Gaddafi, no poder desde 1969, resolveu mudar de lado e agora está empenhado em integrar a Líbia à comunidade internacional. No final dos anos 90, aceitou o julgamento dos líbios acusados pelo atentado da Escócia e, como recompensa, as Nações Unidas suspenderam o embargo que mantinham contra o país.
Washington, diferentemente da ONU, renovou as sanções por mais cinco anos, até 2006, prejudicando investidores americanos que exploravam o petróleo no país. Mesmo depois das declarações de Gaddafi, comprometendo-se a indenizar as famílias das vítimas do atentado da Escócia ou renunciando ao seu apoio ao terrorismo, a Líbia, segundo os EUA, continua alinhada com os países do "eixo do mal".


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br


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