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ATUALIDADES
Muamar Gaddafi quer mudar a imagem da Líbia
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Disposto a mudar a imagem do
seu país no mundo, o coronel
líbio Muamar Gaddafi anunciou
recentemente a sua disposição de
aderir ao Tratado sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares
(TNP), de promover o desmantelamento de armas não-convencionais e de abrir o país para a fiscalização das Nações Unidas.
Localizada no norte da África, a
Líbia tem como base da sua economia o petróleo, responsável
por 90% das suas exportações.
Acusados de patrocinar ações terroristas pelo mundo, a Líbia e o
seu líder Gaddafi foram condenados ao isolamento. Após sucessivos bombardeios sobre Trípoli
em 1986, os EUA impuseram ao
país rígidas sanções econômicas.
Na década seguinte, a ONU determinou um embargo econômico depois da recusa do coronel
Gaddafi a extraditar os responsáveis pela queda do avião da empresa americana Pan Am, em dezembro de 1988, sobre a cidade de
Lockerbie, na Escócia, causando a
morte de 269 pessoas.
Socialista e defensor do nacionalismo árabe, o pan-arabismo, o
coronel Muamar Gaddafi, no poder desde 1969, resolveu mudar
de lado e agora está empenhado
em integrar a Líbia à comunidade
internacional. No final dos anos
90, aceitou o julgamento dos líbios acusados pelo atentado da
Escócia e, como recompensa, as
Nações Unidas suspenderam o
embargo que mantinham contra
o país.
Washington, diferentemente da
ONU, renovou as sanções por
mais cinco anos, até 2006, prejudicando investidores americanos
que exploravam o petróleo no
país. Mesmo depois das declarações de Gaddafi, comprometendo-se a indenizar as famílias das
vítimas do atentado da Escócia ou
renunciando ao seu apoio ao terrorismo, a Líbia, segundo os EUA,
continua alinhada com os países
do "eixo do mal".
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br
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