EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA

Na coluna anterior, comentei a importância de os alunos desenvolverem a capacidade de observação.
Outra coisa bem interessante e, de certa forma, relacionada com a observação é descobrir a localização exata de um lugar que vai visitar. Os guias de turismo podem ser muito úteis, pois costumam apresentar mapas em escalas maiores do que os do Atlas, com mais detalhes. Alguns guias são ilustrados com fotos de satélites, coloridas, que dão a impressão de estarmos sobrevoando o local.
Quantas pessoas sabem a localização de onde vivem? Obviamente devem saber o nome da rua, do bairro, da cidade e do país. Mas e quanto à sua localização relativa? Está ao norte ou ao sul daquela outra cidade? Ou seria a leste?
Nos vestibulares, já foram cobradas questões interessantes que exigiam essa capacidade. Em uma delas, o aluno deveria deduzir de que lado do avião veria o Sol se voasse da cidade de São Paulo para a do Rio de Janeiro, ao meio-dia, durante o mês de julho.
A resolução é relativamente complexa. Os vestibulandos deveriam saber a posição do Sol nessa época do ano e a posição relativa das duas cidades. Portanto precisavam saber que o Sol estaria deslocado para o norte e que de São Paulo para o Rio de Janeiro voa-se, em linha reta, praticamente para o leste. Dessa forma, os candidatos concluiriam que o Sol estaria do lado esquerdo.
No último vestibular da Fuvest, perguntaram qual a importância de conhecer a localização de alguma coisa e pediram que relacionassem à Palestina. Vai ver que é por isso que os EUA proíbem empresas americanas de venderem imagens de satélites com resolução de um metro do território israelense. Elas oferecem localizações em detalhes.
Talvez também seja por isso que Israel está levantando um muro na região. Ele não vai deixar dúvidas sobre a localização das coisas.