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Rivalidades reforçam identidade das diferentes faculdades
DA REPORTAGEM LOCAL
Muitas vezes, foi apenas uma
questão de escolha. Um aluno
preferiu cursar uma instituição,
mas também poderia ter feito a
outra. Depois que começa a estudar, entretanto, cria-se uma
rixa com outras faculdades, algo muito comum entre instituições com prestígio semelhante.
Os alunos de medicina da
Unifesp, por exemplo, têm rixa
com os da medicina da USP,
que, por sua vez, também têm
com os alunos de engenharia da
mesma universidade. Isso fica
claro principalmente em disputas esportivas, como o Intermed, entre faculdades de medicina, e o Interusp, entre algumas faculdades da USP. O mesmo ocorre entre os alunos de
direito da USP e da PUC-SP durante os Jogos Jurídicos.
Segundo o antropólogo Mauro Cherobim, isso acontece
porque, quando se forma um
grupo de referência para um indivíduo, como seu time de futebol, sua profissão ou sua faculdade, a relação com outros grupos acontece por oposição, o
que reforça suas identidades.
Quando os alunos de uma faculdade zombam dos de outra,
isso serve, portanto, para reforçar a coesão do seu próprio grupo. "A violência entre os grupos
é possível de ocorrer quando
eles se encontram cara a cara e
os ânimos ficam mais exaltados", disse Cherobim.
Segundo ele, entretanto, nem
tudo o que é feito em oposição
ao outro grupo serve para reforçar o próprio, mas existe um
equilíbrio. "Quando um grupo
começa a agir de forma anti-social, como usar a violência, isso
incomoda os próprios membros do grupo e pode contribuir
para desagregá-los", disse ele,
que é professor da Unesp.
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