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      São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2003
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Rivalidades reforçam identidade das diferentes faculdades

DA REPORTAGEM LOCAL

Muitas vezes, foi apenas uma questão de escolha. Um aluno preferiu cursar uma instituição, mas também poderia ter feito a outra. Depois que começa a estudar, entretanto, cria-se uma rixa com outras faculdades, algo muito comum entre instituições com prestígio semelhante.
Os alunos de medicina da Unifesp, por exemplo, têm rixa com os da medicina da USP, que, por sua vez, também têm com os alunos de engenharia da mesma universidade. Isso fica claro principalmente em disputas esportivas, como o Intermed, entre faculdades de medicina, e o Interusp, entre algumas faculdades da USP. O mesmo ocorre entre os alunos de direito da USP e da PUC-SP durante os Jogos Jurídicos.
Segundo o antropólogo Mauro Cherobim, isso acontece porque, quando se forma um grupo de referência para um indivíduo, como seu time de futebol, sua profissão ou sua faculdade, a relação com outros grupos acontece por oposição, o que reforça suas identidades.
Quando os alunos de uma faculdade zombam dos de outra, isso serve, portanto, para reforçar a coesão do seu próprio grupo. "A violência entre os grupos é possível de ocorrer quando eles se encontram cara a cara e os ânimos ficam mais exaltados", disse Cherobim.
Segundo ele, entretanto, nem tudo o que é feito em oposição ao outro grupo serve para reforçar o próprio, mas existe um equilíbrio. "Quando um grupo começa a agir de forma anti-social, como usar a violência, isso incomoda os próprios membros do grupo e pode contribuir para desagregá-los", disse ele, que é professor da Unesp.


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