São Paulo, quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
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Saúde pública se volta para o coletivo

Curso que a USP lança no ano de 2012 retoma tradição do início do século 20

DE SÃO PAULO

Entre o final do século 19 e o início do 20, alguns sanitaristas de renome, como Carlos Chagas e Oswaldo Cruz, fizeram história no processo de urbanização brasileiro.
Mas no século 20, enquanto outras áreas da saúde ganhavam espaço e importância, a profissão de sanitarista quase caiu em desuso e o estudo desse segmento, diz Helena Ribeiro, diretora da FSP (Faculdade de Saúde Pública da USP), só era oferecido em cursos de pós-graduação.
"A medicina começou a se voltar mais para aspectos individuais e esqueceu os coletivos. Antes, grandes campanhas, como o controle da tuberculose, foram muito importantes no país", diz.
Mas essa realidade está mudando. No cadastro do Ministério da Educação, há seis graduações em saúde pública ou coletiva, nenhuma tem turma formada.
Um dos bacharelados que, em breve, vai aumentar essa lista é o da USP. Anunciado na semana passada pela Faculdade de Saúde Pública, em Pinheiros (zona oeste de SP), o curso terá 40 vagas no turno vespertino a partir do ano letivo de 2012.
Segundo Helena, a intenção é formar profissionais aptos a pensar a saúde como um fenômeno coletivo.
"O bacharel em saúde pública faz análises estatísticas, verifica a distribuição de doenças no território, faz a vigilância epidemiológica, promove a saúde", afirma.
A professora cita o exemplo dos EUA, onde a obesidade é um problema disseminado na população.
Para tentar contornar a situação, sanitaristas de Nova York propuseram ações educativas em escolas, adequação de parques a pessoas acima do peso e acordos com restaurantes de grandes cadeias para que diminuíssem a quantidade de gordura usada e o tamanho das porções.
"São ações interdisciplinares e multiprofissionais. No parque, agimos com pessoas de educação física. Nos restaurantes, de nutrição."
Por esse caráter multidisciplinar, o curso da USP será dividido em cinco grandes eixos, voltados às áreas de gestão, saúde, ambiente, humanas e exatas (veja quadro).
De diferente com relação aos cursos que já são oferecidos, Helena destaca a atenção que será dada às ciências sociais e ao ambiente.


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