THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O texto responde corretamente ao tema proposto, procurando mostrar as dificuldades enfrentadas pelos pais na educação dos filhos. De início, faz uma severa crítica à mídia, que deturpa a realidade, incita ao consumo e expõe as misérias humanas, corporificando-se em verdadeiro inimigo da educação dos jovens. Essas idéias, todavia, não serão desenvolvidas no decorrer da dissertação.
Após constatar que os pais se vêem constantemente testados, muitas vezes sem saber dosar os limites e a liberdade que desejam proporcionar aos filhos, conclui que uma relação baseada em "amor, compreensão e verdade" é a receita para o bom relacionamento entre as duas partes. Difícil dizer que não.
Embora tenha chegado a uma conclusão despretensiosa, não fez referência ao ponto de vista do índio -citado na proposta-, que, em seu aparente simplismo, diz praticamente o mesmo: educar os filhos é fácil, basta conversar.
Poderia ter mencionado as diferenças entre os tipos de sociedade -a nossa muito mais sujeita às rápidas transformações e, portanto, à instabilidade de valores. Mostrar que, em meio a tantas inovações científicas, tecnológicas, culturais e comportamentais que se interpenetram, fica difícil apontar com certeza o melhor caminho a seguir seria uma abordagem possível.