São Paulo, quinta-feira, 23 de maio de 2002
  Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MUDANÇA NO VESTIBULAR

1ª fase da Fuvest terá um dia de prova e 100 testes

PROVA DEVERÁ SER FEITA EM 5 H; PASSAR À 2ª ETAPA VAI FICAR MAIS DIFÍCIL

Mauricio Piffer/Folha Imagem
EM DÚVIDA Juliana Belletati, 17, e Thalita Damasio, 17, que acharam bom não ter o estresse do segundo dia, mas não gostaram de ter todas as matérias em uma só prova

ANDRÉ NICOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A primeira fase da Fuvest voltará, a partir deste ano, a ser realizada em apenas um dia. A decisão, que reduz também o número de questões nessa etapa, foi divulgada na semana passada. Passar para a segunda fase do maior vestibular do país, com mais de 140 mil candidatos em 2002, também vai ficar mais difícil.
O candidato terá cinco horas para resolver só uma prova de cem testes de múltipla escolha. Mas o peso da primeira fase em relação à segunda será o mesmo. Entre 1995 e o ano passado, aplicava-se 160 testes em dois dias de prova, de quatro horas cada uma.
Segundo o diretor-executivo da Fuvest, Roberto Costa, um dos fatores que motivaram as mudanças foi a incorporação do resultado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) na nota final do candidato. "Na realidade, o candidato fazia 223 questões [160 da Fuvest e 63 do Enem". Agora, haverá só 163, o que já é suficiente."
Com o Enem, segundo Costa, subiu de 22 mil para 27 mil o número de candidatos aprovados para a segunda fase, o que tornou a organização da prova mais cara.
A fórmula de cálculo da nota de corte (nota mínima para aprovação para a segunda fase) também mudou, e um número menor de candidatos passará para a fase decisiva. Serão chamados para a segunda fase, no máximo, três candidatos por vaga, nas carreiras mais disputadas, e 1,4, nas de menor concorrência.
Segundo Costa, estatísticas da Fuvest mostram que a mudança não influirá na lista de aprovados. "Quem antes passava para a segunda fase com nota próxima do corte geralmente não era aprovado." Para evitar que os conteúdos exigidos na prova sejam menos amplos, o documento que estabelece a redução do número de dias orienta "as bancas examinadoras do vestibular a produzirem questões que envolvam sempre dois ou mais aspectos do programa".
Ernesto Birner, coordenador do Anglo, diz não ter gostado da medida. "Antes, se o candidato fosse mal na primeira prova, poderia se recuperar na segunda, o que agora não será possível. Isso aumenta a carga de nervosismo do aluno."
Já para Antonio Mario Salles, coordenador do Objetivo, a mudança irá reduzir o estresse do candidato. "É um sacrifício enorme para o jovem ter de fazer as provas. Com apenas uma, o sacrifício é reduzido pela metade."
"Fazer uma prova de cinco horas vai ser mais cansativo para o candidato que sabe a matéria, porque quem não sabe vai embora após duas horas de prova", disse Carlos Eduardo Bindi, coordenador do Etapa.



Texto Anterior: Atualidades: Otan e Rússia marcam "o funeral da Guerra Fria"
Próximo Texto: As mudanças na primeira faze
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.