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CARREIRA
Oceanógrafo tem formação ampla para entender o mar
Profissional atua em áreas em expansão hoje, como petróleo
Rafael Andrade/Folha Imagem
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Tomás se formou na Uerj em 2005 e, hoje, além de fazer mestrado, trabalha em uma multinacional
CRISTINA MORENO DE CASTRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Exploração de petróleo, preservação ambiental e mudanças climáticas são apenas três
das áreas em que o oceanógrafo
pode atuar e que estão com demanda crescente no Brasil.
O estudioso dos oceanos pode ainda trabalhar na pesca, desenvolver métodos de saneamento e abastecimento de
água, além de proteger espécies
ameaçadas e praias assoreadas.
"Mais do que estudar os organismos marinhos, a oceanografia estuda todos os componentes dos ambientes marinhos e
de transição, vivos e não-vivos,
assim como todos os processos
que ali ocorrem", diz o coordenador do curso de Oceanologia
da Furg (Universidade Federal
do Rio Grande), Luiz Krug.
É por isso que não basta gostar de biologia e ser apaixonado
pelo mar para fazer o curso, dizem os especialistas. Enquadrada pelo Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico como uma ciência exata e da terra, a oceanografia é interdisciplinar e exige
dos alunos e profissionais conhecimentos de matemática,
física, química, biologia e geologia, entre outras disciplinas.
Foi o que assustou a vestibulanda de Duque de Caxias (Baixada Fluminense) Gabrielly Ribeiro, 18, que vai prestar vestibular para oceanografia na Uerj
(Universidade do Estado do
Rio de Janeiro) neste ano:
"Quando optei por essa carreira, pensei que fosse relacionada
à geografia e à biologia. Quando
descobri que as matérias específicas do vestibular são matemática e física, fiquei balançada". No entanto, mesmo assim,
ela decidiu se preparar bastante para prestar o curso de que
gosta.
O curso da USP, criado em
2002, cobra, logo nos primeiros
períodos, noções de estatística,
cálculo diferencial e química
analítica qualitativa. Mas também oferece em sua grade curricular as disciplinas sobrevivência em alto-mar, ecologia
aquática e poluição marinha.
Todos os cursos têm pelo
menos cem horas de aulas práticas em barcos de pesquisa. No
da USP, por exemplo, além dessas aulas, o aluno é obrigado a
passar 150 horas embarcado,
em projeto paralelo. "Pode ser
desde projetos que vão para a
Antártica a projetos em plataformas de petróleo brasileiras",
diz a presidente da comissão de
graduação do curso da USP,
Márcia Bícego.
O gaúcho Ricardo Domingues, 20, que está no sexto período de oceanografia na Universidade Federal da Bahia,
gosta das aulas em campo. "A
proposta do curso é muito interessante, e a possibilidade de
juntar o útil com o agradável é
bem atrativa", diz.
Outro atrativo é o mercado
de trabalho, que está em expansão. "As empresas que prestam
serviços na área ambiental à indústria do petróleo e gás oferecem as melhores oportunidades", diz Krug.
Tomás Peixoto, 26, que se
formou pela Uerj em 2005, foi
um dos beneficiados por um
mercado de trabalho com vagas
"sobrando", como ele define.
Ele faz mestrado em geologia e
conseguiu emprego na multinacional Fugro Brasil, prestando serviço para empresas como
a Petrobras.
Para ele, o diferencial do
oceanógrafo é possuir uma formação ampla sobre todos os assuntos relacionados ao oceano.
"Temos conhecimento de geologia, biologia, oceanografia física -ondas, correntes e marés-, química dos oceanos
-poluição-, além de meteorologia, astronomia e navegação,
ou seja, uma formação bem
abrangente."
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