DA REPORTAGEM LOCAL

A preocupação com o sigilo é tão grande que, nas três instituições que preparam os principais exames paulistas, inclusive o lixo é guardado em um cofre até o dia das provas.
Na Fuvest, todo o papel que é produzido durante a elaboração é triturado e, mesmo assim, fica armazenado. Os elaboradores da Vunesp, além das questões, têm de entregar todo o rascunho utilizado no processo, que também será guardado no cofre.
Durante o processo de impressão das provas, que tem acompanhamento de policiais, folhas com manchas ou borradas, que não poderão ser aplicadas, são levadas para o cofre. Todos os cinco vestibulares são impressos na Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
No cofre da Comvest, cujo código apenas os coordenadores têm, são guardados também os disquetes em que estão as questões. Nada é gravado em disco rígido, e os disquetes são protegidos por senhas.
Para evitar que outras pessoas tenham acesso, os elaboradores da Fuvest entregam as questões escritas à mão. "No computador, sempre fica algo gravado. Depois de a prova estar pronta, a banca tem de checar a digitação", disse Roberto Costa, da Fuvest.
Nas três instituições que preparam os exames, os computadores usados para diagramar as provas não são ligados à internet nem a outros computadores, para que hackers não consigam invadir os arquivos.
Se, mesmo com todo o cuidado, algo acontecesse, os exames seriam anulados. Nesse caso, segundo os coordenadores, existem provas reservas praticamente prontas.
Todos os anos, a banca da Unicamp tem de preparar um exame sobressalente, que é destruído se não for utilizado. Até hoje, apenas em 1995, quando houve uma suspeita de quebra de sigilo, a primeira fase foi anulada, e a prova substituta foi utilizada.
Na Fuvest, a prova reserva é a mesma todos os anos, mas é revisada constantemente, segundo Roberto Costa, porque "as perguntas ficam velhas". Na Vunesp, um outro exame seria montado apenas com as questões que os elaboradores têm de entregar além das que serão usadas de fato na prova.


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