EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA

O estudo da população é obrigatório para os vestibulandos. Seu ritmo de crescimento, sua distribuição, seus aspectos estruturais e sua dinâmica espacial são alguns dos itens que devem ser conhecidos pelos estudantes.
Os censos demográficos são as principais fontes de dados sobre as características populacionais de um país. É bom lembrar que no recenseamento brasileiro de 2000, por enquanto -já que nem todos os dados foram analisados- , mantiveram-se as tendências de pesquisas anteriores, que apontavam a redução da natalidade, o envelhecimento da população, a diminuição do analfabetismo, maior urbanização e a melhoria nos rendimentos médios, no saneamento e no abastecimento de água, entre outros.
Visto dessa forma, a impressão que fica é que o país vai muito bem. No entanto sabemos que os índices desses indicadores são ainda muito baixos e que poderíamos e deveríamos, em muitos deles, apresentar melhorias mais significativas.
Nos exames vestibulares, pode ser cobrada apenas a noção de um dado estatístico. Por exemplo, na década de 90, a porcentagem de crianças de 0 a 14 anos sobre o total da população brasileira caiu de 34,73% para 29,6%, enquanto a de idosos com mais de 65 anos cresceu de 4,83% para 5,85%.
Porém há uma tendência de os vestibulares enveredarem por questões mais analíticas, cobrando, por exemplo, a relação desses indicadores com a queda da taxa de fecundidade da mulher e com o aumento da expectativa de vida.
É possível que as questões exijam do aluno uma reflexão mais aprofundada de como o envelhecimento da população, em princípio saudado como um item positivo do censo, pode, a médio prazo, agravar ainda mais a crise do sistema previdenciário, à medida que solicitará recursos cada vez maiores para as aposentadorias.