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NA VOLTA
Intercâmbio exige esforço extra
Com professor particular, no cursinho ou na escola, é preciso recuperar conteúdo perdido
CONSTANÇA TATSCH
DA REDAÇÃO
Durante seis meses ou um
ano, o jovem experimenta a vida de estudante em outro país.
Mora com uma família local,
vai à mesma escola que os outros adolescentes, assiste às aulas e se diverte como eles. Mas
um dia o intercâmbio acaba. É
hora de voltar para o Brasil e, de
repente, o vestibular.
"A gente volta e é um "boom",
já está tudo acontecendo. Não
estava com esse pique todo e fiquei meio desesperada", conta
Juliana Palhares Garcia Amoroso, 21, que, durante o ensino
médio, passou seis meses nos
Estados Unidos e voltou no começo do terceiro ano.
Passado o susto da chegada,
os intercambistas precisam recuperar o conteúdo perdido na
escola e logo são tragados pela
ansiedade do vestibular.
"Quando voltei, tive um pouco
de dificuldade de acompanhar.
Não é tão fácil. Fiz aulas particulares de física e de matemática. As matérias nas quais eu já
tinha facilidade consegui
acompanhar. Mas tive que estudar, fica uma lacuna e você
tem que dar uma corrida atrás",
conta Juliana, que hoje cursa o
quarto ano de turismo na PUC.
A gerente nacional de "high
school" do STB, Vivian Laureano, explica que a orientação do
Ministério da Educação e a exigência de grande parte das escolas é que o estudante faça, pelo menos, cinco matérias quando estiver fora: inglês (ou a língua do país), matemática, uma
da área de ciências, uma da de
humanas e educação física. Ou
seja, uma parte daquilo que será exigido no vestibular acaba
ficando para trás. "Tem escola
que só pede três matérias, outras pedem sete. Também depende do país, no Canadá, por
exemplo, o intercambista só
pode fazer quatro matérias, na
Holanda, até 12 ou 13."
De acordo com professores, é
fundamental fazer um esforço
extra para conseguir recuperar
as matérias que não foram vistas. "Eles podem perder algum
conteúdo, até porque os conteúdos não são idênticos. Alguns são aproximados, matemática, por exemplo, mas história é muito diferente", afirma
a psicóloga e coordenadora do
curso de pedagogia da Unicamp, Ângela Soligo. "É importante retomar aquilo que a pessoa sente que faz falta, no cursinho, com professor particular
ou até dentro da escola, com
um programa de estudos. No
geral, elas ajudam na volta."
Para muitos jovens, conciliar
o sonho do intercâmbio com a
necessidade do vestibular assusta. Nathalie Maschio Maccabelli, 21, afirma que isso era
uma preocupação. "Eu morria
de medo de ir por causa do vestibular. Na volta, conversei com
os professores e eles se dispuseram a me ajudar. Peguei as
apostilas anteriores para dar
uma revisada. Foi tranqüilo,
consegui recuperar", diz ela,
que entrou na faculdade sem
fazer cursinho e hoje cursa publicidade na Faap.
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