Nível de complexidade das disciplinas de exatas é maior que em qualquer vestibular difícil, dizem professores

Silvia Zamboni/Folhapress

Aula de física para turma do ITA no Etapa

PATRÍCIA GOMES
DE SÃO PAULO

ANDRESSA TAFFAREL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A lousa cheia de fórmulas no fim da aula dá o recado: candidatos às escolas militares devem dominar bem matemática e física para resolver os exercícios que os esperam nesses vestibulares.
Para nível superior, há opção nas três Forças Armadas.
Segundo o professor Feres Fares, dono do curso Alferes, voltado para escolas militares, o IME (Instituto Militar de Engenharia) e o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) têm as provas mais difíceis. Mais exigentes até que exames como a Fuvest.
Na sequência, diz Fares, estão as provas das academias que formam oficiais para as Forças Armadas, como a AFA (Aeronáutica) e a Escola Naval (Marinha).
A escola de formação do Exército é a Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), mas, para ingressar na instituição, o aluno precisa ter feito o 3º ano do ensino médio na Espcex (Escola Preparatória de Cadetes do Exército).
Por não ser de nível superior, a admissão é mais fácil.
Além do grau de dificuldade das questões, quem opta por essas instituições deve estar preparado para uma disputa acirrada. A última prova do ITA, por exemplo, teve 54,2 candidatos/vaga.
De acordo com Flávio Marinho, que prepara turmas pré-militares há mais de 20 anos, a concorrência é alta, mas já foi maior. "Hoje a classe média não quer que o filho seja militar", diz o professor.
Como atrativos à carreira, diz Marinho, pesam a estabilidade financeira, a afinidade com ambientes disciplinados e o glamour da farda.
"Quero ITA pela estabilidade financeira e pelas boas condições de trabalho que a instituição oferece", diz o estudante Felipe Massari, 22.


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