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Alunos tomaram rumos opostos após paralisação
DA REPORTAGEM LOCAL
Gabriel Casoni, 24, havia ingressado no curso de
ciências sociais em 2004,
mesmo ano que a aluna
Ivy Leça, 24.
A greve daquele ano,
mais forte nos cursos da
FFLCH (faculdade de filosofia e ciências humanas),
marcou o rumo dos dois.
Ele, que é de Franca (interior de SP), optou por se
engajar. "Foi a hora de conhecer a universidade por
dentro. Acabei fazendo
muitos amigos de outros
cursos, que compartilham
os mesmos ideais."
Ao contrário de Gabriel,
Ivy não gostou da greve.
"Há uma pressão para os
estudantes aderirem", diz.
Quem não se une à mobilização, ressalta, corre o risco de ser estigmatizado.
Naquele ano, devido à
greve, o primeiro semestre
letivo só acabou em agosto. "Tivemos aulas de setembro até o fim de janeiro, no segundo semestre",
recorda Ivy.
Em 2006, ela desistiu de
ciências sociais e se transferiu para o curso de publicidade. "Não foi por causa
da greve, foi porque tinha
mais o meu perfil."
Ela reconhece, no entanto, que não tolerar greves foi uma das razões que
a fez não gostar do curso.
Everton Zanella, graduado em física na USP,
cansou de ver calouros terem problemas nas greves.
Ele ajudou a montar um
guia sobre a universidade
para novatos (wiki.stoa.usp.br/manual_para_ingressantes). "Tive um
professor de cálculo numérico que, na época da
greve de 2000, cobrou
apenas um programa, o
que me prejudicou. Fazendo uma analogia, seria o
mesmo que um professor
de jornalismo pedir só um
texto num semestre", diz.
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