São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2004
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ENEM

Prova, em que uma mesma questão aborda mais de uma matéria, também fez subir pontuação na Fuvest

Média do exame 2003 foi a mais alta

DA REPORTAGEM LOCAL

No ano passado, os candidatos da Fuvest tiveram o melhor desempenho médio no Enem desde que a nota do Exame Nacional do Ensino Médio passou a contar pontos no vestibular. Isso fez com que, em média, o Enem dobrasse sua ajuda aos alunos.
No vestibular para ingresso em 2003, os candidatos acertaram uma média de 40,3 perguntas das cem da primeira fase da Fuvest. No último vestibular, a média subiu pouco, indo para 41. Mas a nota média com os pontos do Enem subiu de 42,44 para 45,58, ou seja, o exame nacional, que havia ajudado em média 2,14 pontos, passou a ajudar 4,58.
Além dos candidatos da Fuvest, o desempenho foi maior também entre os demais inscritos no Enem. A média de acertos passou de 34,13% em 2002 para 49,55%.
De acordo com o coordenador do exame, Dorivan Ferreira, o desempenho melhor não foi devido a um menor nível de dificuldade. "Pode dar a impressão de que em um ano o exame foi mais fácil do que em outro, mas acredito que os alunos estão começando a entender o Enem. É uma prova diferente, não é baseada em conhecimentos específicos como os exames que estão acostumados."
Professores de cursinho ouvidos pela Folha discordam de Ferreira. Para eles, o exame de 2003 foi realmente mais fácil do que o de 2002. "Um crescimento tão grande na pontuação não pode ser por conta de um súbito aumento de aprendizagem. A prova estava mais simples", disse Carlos Eduardo Bindi, do Etapa. Caio Sérgio Calçada, do Objetivo, também considera que o exame teve um grau de dificuldade menor.
Segundo Bindi, se o próximo Enem voltar a um nível de dificuldade mais alto, os alunos que não fizeram a prova passada -porque ainda estavam no segundo ano do ensino médio, por exemplo- serão prejudicados na Fuvest, já que é permitido usar a melhor nota dos dois últimos anos.
O coordenador da Fuvest, Roberto Costa, assume que a possibilidade de usar a nota de dois exames traz um "estremecimento" na competição, mas diz que a decisão é do Conselho de Graduação da USP. "Os candidatos têm de ser comparados com as mesmas provas. Se o Enem mantivesse o mesmo nível, isso não seria um problema, mas, assim, é um defeito. É uma atitude paternalista do Conselho de Graduação."
O estudante Samir Sarhat, 18, que prestará direito, fez a prova do Enem em 2003 e fará novamente agora. Para ele, o fato de o exame contar pontos no vestibular é positivo, porque a prova avalia melhor os alunos do que as seleções tradicionais. "Acho o Enem uma maneira mais eficiente de medir os conhecimentos, pois cobra raciocínio lógico em questões multidisciplinares."
De acordo com o coordenador do Enem, a prova no próximo domingo vai manter o mesmo nível de exigência da aplicada no ano passado. (ANDRÉ NICOLETTI e MAYRA STACHUK)


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