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INCENTIVO
UFABC reserva metade de suas vagas, UFSCar vai começar com 20% e Unifesp destina 10%
Cota chega a 50% nas públicas em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
A dúvida entre engenharia e
direito Cláudia Nascimento
Prestes Medeiros, 20, resolveu
na ponta do lápis. Calculou os
custos que teria com transporte e mensalidade em duas das
três faculdades em que foi
aprovada e optou pela federal.
Moradora de Diadema (região metropolitana de São Paulo) e ex-aluna de escola pública,
Cláudia começou a assistir às
aulas de ciência e tecnologia na
UFABC (Universidade Federal
do ABC) há um mês. Ela planeja seguir a faculdade cursando
bioengenharia.
Sobre o processo de seleção
da UFABC, que destina 50%
das 1.500 vagas para estudantes
oriundos de escolas públicas,
Cláudia aprova. "Já que não tivemos oportunidade antes,
com esse sistema de seleção
agora pelo menos temos as nossas chances igualadas", avalia.
Das 750 vagas, 204 (27,2%)
são destinadas a negros e pardos e 2 (0,25%) para indígenas
-percentual proporcional ao
dessas etnias na população do
Estado de SP, segundo o IBGE.
"As cotas foram um grande
atrativo a alunos de ensino público numa proporção de 3 candidatos de escola pública para 1
de particular, mais de seis vezes
o observado na UFSCar [Universidade Federal de São Carlos], que foi de 0,43 para 1, por
exemplo", diz Armando Zeferino Milioni, pró-reitor de pós-graduação da UFABC.
Vestibular 2008
Na UFSCar, onde só 19% dos
1.445 convocados da primeira
lista de aprovados vieram da escola pública, o programa de cotas começa em 2008.
Até 2010, 20% das vagas serão para egressos do ensino público, sendo que 35% serão destinadas a negros. De 2011 a
2013, a cota sobe para 40% e de
2014 a 2016, para 50%. Depois,
haverá apreciação para decidir
o passo seguinte. Para indígenas, cada curso terá uma vaga
disponível. "Estudamos aplicar
um vestibular específico para
eles", explica Maria Cristina
Comunian Ferraz, coordenadora do vestibular da UFSCar.
Na Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo), o programa de cotas funciona desde
2005. A diferença é que os 10%
de vagas reservadas vão primeiro para estudantes de escola
pública que se declarem negros
ou indígenas. Alunos do ensino
público que não fazem a declaração sobre cor de pele, mas optam pelas cotas, concorrem às
vagas remanescentes.
"O desempenho acadêmico
deles é indistinguível dos demais estudantes", explica o
pró-reitor de graduação da
Unifesp, Luiz Eugênio Mello.
Outra constatação é que aqueles com renda familiar menor
que R$ 500 não prestam o vestibular. "Existe uma auto-exclusão", diz.
(FN e FC)
SAIBA MAIS
Relação de instituições que oferecem bolsa pelo ProUni pode ser
consultada no site - www.mec.gov.br/prouni
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