São Paulo, terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
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GRAMÁTICA

A batalha continua...

ODILON SOARES LEME
ESPECIAL PARA A FOLHA

A esta altura do ano, com o encerramento de praticamente todos os vestibulares, aqueles que em dezembro último eram apenas vestibulandos, dividem-se hoje em dois grandes grupos.
Há o grupo daqueles que, por terem entrado numa universidade, são hoje calouros, e o daqueles que não entraram e já começam a se preparar para o próximo vestibular.
Mas cada um desses dois grupos se divide em dois subgrupos. Do grupo dos que entraram na faculdade, uns estão radiantes por terem realizado o sonho de cursar uma universidade pública, prestigiosa e gratuita; outros entraram numa faculdade particular e, portanto, paga.
Dos que não entraram numa faculdade, há aqueles que simplesmente não conseguiram passar em nenhum vestibular, e aqueles que, não tendo conseguido entrar na universidade de seus sonhos, decidiram tentar mais uma vez, e por isso continuam vestibulandos.
Cada um é responsável por suas decisões, e não cabe a ninguém julgar sobre o acerto delas, a não ser à pessoa diretamente interessada.
Mas há duas observações que valem para todos.
A primeira é a de que não adianta o grau de prestígio que tenha uma universidade. O decisivo é que o aluno leve com seriedade os estudos. É alarmante o número daqueles que, mesmo tendo entrado na USP, por diversos motivos acabam desistindo no meio do curso.
Não é o nome da universidade que confere excelência ao profissional, mas a sua dedicação e perseverança.
A segunda observação diz respeito à necessidade do aprimoramento lingüístico. Se você pretende prestar um novo vestibular, examine em que grau a sua deficiência em relação ao idioma pode ter sido responsável por seu insucesso.
Você dispõe de todo um ano para melhorar o seu desempenho, tanto na recepção quanto na produção de textos. Para isso é indispensável a assimilação dos mecanismos expressivos que a língua oferece.
Se você já está dentro de uma universidade, cuidado para não achar que, com isso, acabaram suas preocupações com a língua portuguesa. Pelo contrário. É agora que elas realmente começam. A competência lingüística é uma exigência em qualquer área profissional.
Sabe-se, por exemplo, que a maior causa de reprovação nos exames da OAB não é tanto o desconhecimento jurídico, mas a dificuldade que os candidatos têm para produzir, em suas respostas, textos claros, corretos e logicamente consistentes. É bom pensar nisso.


ODILON SOARES LEME é professor do Anglo, responsável pela vinheta "S.O.S. Língua Portuguesa" da rádio Jovem Pan e autor de "Tirando Dúvidas de Português" e de "Linguagem, Literatura, Redação" (Editora Ática)


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