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GRAMÁTICA
A batalha continua...
ODILON SOARES LEME
ESPECIAL PARA A FOLHA
A esta altura do ano, com o
encerramento de praticamente
todos os vestibulares, aqueles
que em dezembro último eram
apenas vestibulandos, dividem-se hoje em dois grandes grupos.
Há o grupo daqueles que, por
terem entrado numa universidade, são hoje calouros, e o daqueles que não entraram e já
começam a se preparar para o
próximo vestibular.
Mas cada um desses dois
grupos se divide em dois subgrupos. Do grupo dos que entraram na faculdade, uns estão
radiantes por terem realizado o
sonho de cursar uma universidade pública, prestigiosa e gratuita; outros entraram numa
faculdade particular e, portanto, paga.
Dos que não entraram numa
faculdade, há aqueles que simplesmente não conseguiram
passar em nenhum vestibular,
e aqueles que, não tendo conseguido entrar na universidade
de seus sonhos, decidiram tentar mais uma vez, e por isso
continuam vestibulandos.
Cada um é responsável por
suas decisões, e não cabe a ninguém julgar sobre o acerto delas, a não ser à pessoa diretamente interessada.
Mas há duas observações que
valem para todos.
A primeira é a de que não
adianta o grau de prestígio que
tenha uma universidade. O decisivo é que o aluno leve com
seriedade os estudos. É alarmante o número daqueles que,
mesmo tendo entrado na USP,
por diversos motivos acabam
desistindo no meio do curso.
Não é o nome da universidade
que confere excelência ao profissional, mas a sua dedicação e
perseverança.
A segunda observação diz
respeito à necessidade do aprimoramento lingüístico. Se você pretende prestar um novo
vestibular, examine em que
grau a sua deficiência em relação ao idioma pode ter sido responsável por seu insucesso.
Você dispõe de todo um ano
para melhorar o seu desempenho, tanto na recepção quanto
na produção de textos. Para isso é indispensável a assimilação dos mecanismos expressivos que a língua oferece.
Se você já está dentro de
uma universidade, cuidado para não achar que, com isso, acabaram suas preocupações com
a língua portuguesa. Pelo contrário. É agora que elas realmente começam. A competência lingüística é uma exigência em qualquer área profissional.
Sabe-se, por exemplo, que a
maior causa de reprovação nos
exames da OAB não é tanto o
desconhecimento jurídico,
mas a dificuldade que os candidatos têm para produzir, em
suas respostas, textos claros,
corretos e logicamente consistentes. É bom pensar nisso.
ODILON SOARES LEME é professor do Anglo,
responsável pela vinheta "S.O.S. Língua Portuguesa" da rádio Jovem Pan e autor de "Tirando
Dúvidas de Português" e de "Linguagem, Literatura, Redação" (Editora Ática)
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