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ENGENHARIA
Questões como o reflorestamento, o uso de água e os resíduos industriais ampliam mercado
Ambiente também é opção para engenheiros
DA REPORTAGEM LOCAL
A engenharia é composta por
mais de 150 habilitações e, por isso, seu mercado de trabalho sempre foi um dos mais extensos. É
uma das carreiras que mais evoluem em relação à demanda do
mercado de trabalho, apesar de
ser uma das mais antigas.
As especializações e as novas
atribuições dos engenheiros parecem nunca terminar. Os setores
de construção e de mecânica são
mais tradicionais, mas o mercado
pediu engenheiros alimentares,
têxteis, navais, hídricos, bioquímicos, de telecomunicações e de
computação, entre muitos outros.
Hoje, com a crescente preocupação com o ambiente, o setor
tornou-se um promissor mercado também para os engenheiros.
"Questões como reflorestamento, preservação da Amazônia, escassez de água pelo mau uso dos
recursos hídricos e queimadas estão ganhando cada vez mais foco,
por isso abrem espaço para um
novo campo de trabalho", diz o
engenheiro florestal e vice-presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia Fernando Bemerguy.
A principal atribuição do engenheiro na área ambiental é realizar projetos voltados para o aproveitamento racional dos recursos
naturais, como avaliar ecossistemas e desenvolver e elaborar estudos e projetos para a preservação
de parques e de reservas naturais,
recuperar áreas degradadas aplicando técnicas de reflorestamento, além de gerenciamento de resíduos (urbanos, agrícolas e industriais), entre outras funções.
"O desafio é conseguir conservar o ambiente e promover o desenvolvimento econômico ao
mesmo tempo", diz Bemerguy.
Como aconteceu também em
outras áreas, foram criados cursos
para formar profissionais especializados em ambiente, como engenharia ambiental e engenharia
florestal, oferecidos, entre outras
instituições, pela USP, pela UnB
(Universidade de Brasília), pela
Unesp e pela UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Janeiro).
O professor Vahan Agopyan,
diretor da Escola Politécnica da
USP, também aponta a área ambiental como promissora, mas
ressalta a importância de uma
formação sólida, com conhecimentos profundos de engenharia,
antes de uma especialização.
"Há, sim, um bom mercado no
ambiente e nos agronegócios, assim como há alguns anos aconteceu com o setor de telecomunicações. O profissional com formação sólida e versátil está pronto
para se adequar e encontrar mercado em qualquer área que venha
a ser moda ou em que surja demanda", diz.
Além do ambiente, Agopyan
destaca como atribuições recentes e em crescimento para os engenheiros gestão de qualidade e
desenvolvimento sustentável.
"Engenharia é a profissão do desenvolvimento. Quando o Brasil
optar por uma política real de desenvolvimento, o número de engenheiros será insuficiente para a
demanda", afirma.
César Puglisi Maia, 26, é recém-formado em engenharia ambiental e diz que, desde pequeno, foi
educado pelos pais a ser "ambientalmente correto". "Nunca me
imaginei trabalhando em outra
área. Escolhi a engenharia porque
quero desenvolver projetos de
preservação e de recuperação ambiental", diz.
(MS)
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