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ADMINISTRAÇÃO
As cerca de 220 mil ONGs do país precisam de bom gerenciamento para aumentar ações
Terceiro setor atrai profissionais
MAYRA STACHUK
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos mercados que mais surpreendem e agregam profissionais formados em administração
é o terceiro setor.
"É uma área em que o administrador consegue ampliar a sua
participação, pois é um segmento
que tem crescido muito nos últimos anos", afirma Roberto Carvalho Cardoso, presidente do
CRA-SP (Conselho Regional de
Administração de São Paulo).
De acordo com o Centro de Referência Patrícia Bildner, que reúne um grupo de instituições, fundações e empresas voltadas para o
terceiro setor, há cerca de 220 mil
ONGs (organizações não-governamentais) em atividade no Brasil, empregando mais de 340 mil
pessoas. Se forem considerados
os voluntários, esse contingente
supera 1 milhão de pessoas.
"Como os recursos, principalmente os financeiros, são escassos, toda organização, até mesmo
as sem fins lucrativos, precisa ser
bem gerenciada para multiplicar
suas ações. Não é suficiente ter
muitos voluntários, é preciso organização e planejamento para
que o resultado, no caso, o número de pessoas atendidas, seja
maior", diz o presidente do CRA.
Márcia Thomazinho, 30, trabalha há sete anos na Fundação
Abrinq e formou-se em administração em 2003.
"Comecei na fundação mobilizando profissionais voluntários
para o projeto Adotei um Sorriso
e, com o tempo, fui sendo requisitada para outras áreas. No terceiro setor, é muito importante ter
pessoas com conhecimentos de
contabilidade, de planejamento e
de gestão, e o curso de administração proporciona isso, por isso
o escolhi", afirma.
"Como é uma área em crescimento que cada vez mais se organiza e se profissionaliza, é, sem
dúvida, um mercado em ascensão
para os administradores", diz.
Na carreira de administração, o
profissional pode atuar nas mais
variadas áreas, com a função básica de desenvolver planejamento
de estratégias e de gerenciar o cotidiano de uma empresa.
Tradicionalmente vista como
generalista, no entanto, a administração está cada vez mais se especializando conforme a demanda do mercado e agregando novos campos de atuação.
"Nos últimos anos, a economia
brasileira tem se sofisticado muito, acompanhando as tendências
registradas nos países desenvolvidos. Isso significa que, para acompanhar o mercado de trabalho, os
profissionais têm de se preparar
cada vez mais", afirma Cardoso,
presidente do CRA-SP.
Com isso, segundo ele, há o surgimento de várias atividades no
campo da administração que pedem profissionais preparados.
Exemplo disso são as áreas de administração esportiva, administração cultural, teletrabalho (trabalho à distância), administração
de saúde (que difere da hospitalar
por atuar na conjunção de esforços de várias áreas para prevenir
os males que afetam a saúde e oferecer serviços de qualidade), tecnologia da informação e empreendedorismo.
Cardoso chama a atenção, no
entanto, para o fato de, em administração, ser um "exclusivista"
nem sempre ser positivo. "Não há
motivo para que um especialista
em marketing feche as portas do
conhecimento para outras áreas.
É preciso ter a mente aberta e estar sempre atualizado."
A professora Andrea Fonseca
Minardi, coordenadora do curso
de administração do Ibmec, concorda. "É uma área de muita flexibilidade. O aluno precisa ter uma
formação básica muito forte e depois ir atrás de especializações."
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