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FÍSICA
Pilhas, baterias e carros elétricos
TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Em 1800, Alessandro Volta, físico
italiano, escreveu uma carta à
Royal Society em Londres, em
que descrevia com entusiasmo
sua descoberta. Nesse relato, afirmava que, na montagem de um
certo número de pares de discos
metálicos, bons condutores de
eletricidade, como prata e zinco,
intercalados com camadas de cartão ou couro umedecidos, de preferência com água salgada ou
uma solução alcalina, ocorria a
geração de eletricidade. Cada par
de discos, chamado de pilha, produzia uma diferença de potencial
de 1,5 volt.
Em 1870, o francês George Leclanchè fabricou a primeira pilha
seca, que é precursora das modernas pilhas comuns, de uso tão diversificado. Essa pilha é formada
de uma capa externa de metal ou
papelão, que a protege da atmosfera. Em sua parte interna, há um
cilindro de zinco, o pólo negativo,
e, no centro, há um bastão de grafite (carbono) que funciona como
pólo positivo. Essas pilhas não
funcionam totalmente "a seco",
pois entre o zinco e o bastão de
grafite é colocada uma pasta úmida, denominada eletrólito, em
que ocorrem as reações químicas.
Essas pilhas utilizadas em lanternas, rádios portáteis, brinquedos
etc. não podem ser recarregadas,
pois a reação química global não é
reversível e seu uso contínuo pode provocar vazamentos da pasta
úmida, alterando ou até mesmo
estragando os equipamentos.
Alguns aparelhos elétricos exigem uma diferença de potencial
mais elevada. Com esse propósito, devemos associar as pilhas em
série, ou seja, o pólo negativo da
pilha 1 deve ser ligado ao pólo positivo da pilha 2; o pólo negativo
da pilha 2 deve ser associado ao
pólo positivo da pilha 3 e assim
sucessivamente.
Somente 200 anos se passaram
da descoberta do físico Alessandro Volta até a realidade dos automóveis com motores elétricos,
que utilizam baterias com capacidade de armazenarem grandes
quantidades de carga e que podem ser recarregadas facilmente,
assim como as baterias de telefones celulares.
Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
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