São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 2002
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QUÍMICA/ENGENHARIA QUÍMICA

PRINCIPAL DIFERENÇA É O GRAU DE CONHECIMENTO DE ESTRUTURAS MOLECULARES

Distinção entre carreiras ainda traz dúvida a candidato

João Wainer/Folha Imagem
ESCOLHA Talita Debber, que estuda engenharia química, curso que teve quase a mesma concorrência do que o de química na Fuvest 2002 (11 candidatos/vaga o primeiro e 10 o segundo)

LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

Escolher qual a carreira que combina com você já é difícil e torna-se uma tarefa mais complicada quando os cursos parecem semelhantes. As faculdades de química e de engenharia química estão na lista dessas incertezas.
Assim como muitos estudantes, Talita Janaina Debber, 21, também enfrentou essa indecisão. Ela diz que, desde o segundo ano do ensino médio, tinha a certeza de que gostaria de trabalhar no campo da química. O problema era descobrir qual seria o mais próximo do seu perfil. Quando se inscreveu para os vestibulares, em 1998, optou pelos cursos de engenharia química e de química industrial. "Esperava que o destino resolvesse a minha indecisão. A faculdade em que conseguisse entrar seria aquela que cursaria."
Mas ela acabou sendo aprovada nos dois cursos. "Conversei com amigos e profissionais dessas áreas para ter alguma luz." Por fim, escolheu a engenharia.
A carreira está relacionada à produção em larga escala, diz Adelino Martins Ferreira, chefe do Departamento de Química e Alimentos do Instituto Mauá. "Ao falarmos em uma produção de 400 toneladas por dia de algum elemento, por exemplo, nós nos referimos à atuação do engenheiro químico." A função do profissional é estudar, planejar, projetar e especificar equipamentos e instalações para a grande indústria.
Já o trabalho do químico, em geral relacionado ao laboratório, depende da capacidade de observação e análise das reações, afirma Fernando Galembeck, do Instituto de Química da Unicamp.
Diferentemente do engenheiro, que tem apenas uma base em química e estuda outras matérias, como matemática e física, o químico terá um conhecimento aprofundado da matéria e será capacitado para trabalhar com estruturas moleculares mais complexas.
Tanto o engenheiro químico como o químico podem trabalhar em laboratórios, mas o primeiro está apto a lidar somente com elementos químicos simples. Ele poderia, por exemplo, atuar em uma indústria petroquímica na produção de etileno, composto de apenas uma molécula. Já a formação do químico permite-lhe que desenvolva atividades com elementos mais detalhados. A atuação especializada pode ser aproveitada em uma fábrica de multipropósito, que muda constantemente a produção e atende a uma demanda específica, como elementos para a indústria farmacêutica.
"A diferença entre as duas carreiras é sutil", afirma Lucia Pinho, coordenadora da empresa de recursos humanos Manager. Vale observar, segundo Lucia, que o químico atua num campo mais restrito. O outro, pela formação em engenharia, tem uma área de atuação mais abrangente.



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