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CICLO BÁSICO
Entre as vantagens, está a formação interdisciplinar
Ciclo básico oferece um conhecimento mais amplo
Rafael Andrade/Folha Imagem
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Indeciso, Giorgio cursa ciclo básico de engenharias da UFRJ
NATÁLIA SOARES
LUIZA BANDEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Giorgio Sgarbi, 18, está em
seu terceiro curso de engenharia. Em 2008, fez engenharia de
computação e informação, mudou para produção e, no fim do
ano, decidiu prestar vestibular
na UFRJ novamente. A solução
para a indecisão foi a escolha
pelo curso da universidade que
oferece um ciclo básico, em que
o aluno faz disciplinas comuns
a todas as engenharias e só depois opta por uma carreira.
Cursos com ciclo básico são
uma opção tanto para adiar a
decisão como para obter uma
formação mais interdisciplinar. Com a mudança, Giorgio
ganhou dois anos para escolher
a sua especialização. "Não estava pronto para decidir", afirma.
Existem dois tipos de ciclo
básico: no primeiro, o aluno entra na faculdade e só depois decide pelo curso ou habilitação.
No segundo, decide sua carreira já no vestibular, mas tem aulas comuns com outros cursos e
faz as mais específicas depois.
Recentemente, as universidades passaram a investir ainda em uma nova formação, com
matérias comuns a vários cursos: os bacharelados interdisciplinares. Nessa modalidade, o
aluno pode fazer dois ou três
anos de curso e sair com uma
formação geral. Se quiser, fica
mais tempo na faculdade e opta
por uma graduação específica.
O coordenador do vestibular
da Unicamp, Renato Pedrosa,
diz acreditar numa tendência
de flexibilização das carreiras.
"A formação específica acaba
acontecendo na vida profissional." Na instituição, os cursos
em que a escolha acontece depois do vestibular são o de ciências da terra -que engloba os
cursos de geologia e geografia-
e o Cursão -no qual os alunos
optam entre física, matemática
e matemática aplicada e computacional.
Está em estudo, para 2011, a
ampliação do Cursão, com a inclusão de mais graduações. Segundo o coordenador, a entrada comum aumenta o nível dos
candidatos. "As carreiras mais
disputadas "puxam" a nota de
corte do grupo para cima."
Para Edmilson Lima, diretor
do Centro de Tecnologia da
UFPE (Universidade Federal
de Pernambuco), onde o curso
de engenharia tem ciclo básico,
o modelo diminui a evasão, pois
os alunos têm palestras explicativas sobre as carreiras nos
primeiros semestres e, na hora
de escolher, se sentem mais seguros. "Eles chegam aqui muito
jovens, não têm maturidade para decidir ainda", diz.
O pró-reitor adjunto da Unifesp, Nildo Alves Batista, concorda. "A vantagem do ciclo básico é romper com essa ideia de
que a escolha deve ser feita aos
17 anos." Na federal, os alunos
de ciências químicas e farmacêuticas do campus de Diadema escolhem entre os dois cursos só no fim do segundo ano.
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