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      São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2003
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FÍSICA

Big Bang: a explosão inicial

TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA

A cosmologia moderna, ciência que estuda a origem, a estrutura e a evolução do Universo, teve início em 1917, quando Einstein publicou um artigo em que aplicava a todo o Universo a teoria da relatividade geral, lançada um ano antes.
O artigo chamou a atenção de cientistas e astrônomos do mundo todo, entre os quais Alexander Friedmann, matemático e meteorologista russo, e Georges Lemâitre, padre e cosmólogo belga, que descartaram a hipótese de um Universo estático e imutável no tempo, aceita pela maioria dos cientistas da época, e chegaram a um conjunto de soluções mais simples para as equações da gravitação de Einstein. O modelo teórico dessas equações descrevia que, no tempo zero, quando o Universo era um "ovo cósmico", comprimido, de densidade infinita e a uma temperatura elevadíssima, teria ocorrido uma gigantesca explosão. A partir de então, a expansão do Universo teria ocorrido em todas as direções, com as galáxias afastando-se umas das outras. Pode-se afirmar, portanto, que os dois foram os criadores da cosmologia do Big Bang.
Em 1930, Einstein visitou o astrônomo americano Edwin Hubble no observatório do monte Wilson (Califórnia) para tomar conhecimento em primeira mão de que as galáxias estavam realmente se afastando umas das outras. Essa confirmação da recessão das galáxias desacreditou a teoria defendida pelo próprio Einstein, segundo a qual o Universo seria estático e imutável.
A maior evidência da teoria do Big Bang ocorreu em 1965, quando os radioastrônomos Arno Penzias e Robert Wilson (ganhadores do Nobel) captaram um sinal de radiação de microondas vindo de todas as direções do Universo. Como a recepção desse ruído era uniforme e constante em qualquer direção que fosse apontada a antena do radiotelescópio, concluíram que tinham detectado o "eco" da grande explosão.
A maioria dos estudiosos concorda que a teoria do Big Bang oferece a melhor explicação para narrar a história do Universo a partir do microssegundo inicial (cerca de 14 bilhões de anos) até o futuro infinito. Dentro da cosmologia do Big Bang, há uma teoria que afirma que o Universo vai encolher para novamente explodir e iniciar um novo ciclo e outra segundo a qual o Universo continuará para sempre sua expansão. Parafraseando Winston Churchill: "Isso não é o fim. Não é mesmo o começo do fim. Mas é, talvez, o fim do começo".


Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja


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