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FÍSICA
Big Bang: a explosão inicial
TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
A cosmologia moderna, ciência
que estuda a origem, a estrutura e a evolução do Universo, teve
início em 1917, quando Einstein
publicou um artigo em que aplicava a todo o Universo a teoria da
relatividade geral, lançada um
ano antes.
O artigo chamou a atenção de
cientistas e astrônomos do mundo todo, entre os quais Alexander
Friedmann, matemático e meteorologista russo, e Georges Lemâitre, padre e cosmólogo belga, que
descartaram a hipótese de um
Universo estático e imutável no
tempo, aceita pela maioria dos
cientistas da época, e chegaram a
um conjunto de soluções mais
simples para as equações da gravitação de Einstein. O modelo
teórico dessas equações descrevia
que, no tempo zero, quando o
Universo era um "ovo cósmico",
comprimido, de densidade infinita e a uma temperatura elevadíssima, teria ocorrido uma gigantesca
explosão. A partir de então, a expansão do Universo teria ocorrido em todas as direções, com as
galáxias afastando-se umas das
outras. Pode-se afirmar, portanto,
que os dois foram os criadores da
cosmologia do Big Bang.
Em 1930, Einstein visitou o astrônomo americano Edwin Hubble no observatório do monte
Wilson (Califórnia) para tomar
conhecimento em primeira mão
de que as galáxias estavam realmente se afastando umas das outras. Essa confirmação da recessão das galáxias desacreditou a
teoria defendida pelo próprio
Einstein, segundo a qual o Universo seria estático e imutável.
A maior evidência da teoria do
Big Bang ocorreu em 1965, quando os radioastrônomos Arno
Penzias e Robert Wilson (ganhadores do Nobel) captaram um sinal de radiação de microondas
vindo de todas as direções do
Universo. Como a recepção
desse ruído era uniforme e constante em qualquer direção que
fosse apontada a antena do radiotelescópio, concluíram que tinham detectado o "eco" da grande explosão.
A maioria dos estudiosos concorda que a teoria do Big Bang
oferece a melhor explicação para
narrar a história do Universo a
partir do microssegundo inicial
(cerca de 14 bilhões de anos) até o
futuro infinito. Dentro da cosmologia do Big Bang, há uma teoria
que afirma que o Universo vai encolher para novamente explodir e
iniciar um novo ciclo e outra segundo a qual o Universo continuará para sempre sua expansão.
Parafraseando Winston Churchill: "Isso não é o fim. Não é mesmo o começo do fim. Mas é, talvez, o fim do começo".
Tarso Paulo Rodrigues é professor e
coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
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