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GEOGRAFIA
O lixo urbano e a questão ambiental
EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA
As questões ambientais relacionadas ao lixo urbano costumam entusiasmar menos os estudantes do que o aquecimento global ou o buraco na camada de
ozônio. Mas os vestibulares têm
dado bastante atenção ao assunto.
Não é raro ouvirmos algumas
pessoas fazerem discursos inflamados sobre os mais variados assuntos, como as injustiças sociais
ou os juros altos, enquanto jogam
suas bitucas de cigarro no chão ou
atiram pelas janelas de seus carros
todo tipo de lixo.
Recentemente presenciei, em
uma grande avenida de São Paulo, o discurso que um "ambientalista" fazia contra o desmatamento da Amazônia. Mal havia terminado, passou a arremessar ao
chão as cascas de uma fruta que
estava comendo. Advertido por
um colega, deu uma resposta incrível: "Mas não há cesto de lixo
perto. Além do mais, é orgânico".
Não passou pela cabeça
do cidadão, preocupadíssimo
com o ambiente amazônico, a
idéia de segurar as cascas até encontrar um lixo.
O destino dado às toneladas de
lixo sólido geradas diariamente
nas cidades é de grande importância para as populações urbanas. É um problema comum a todos os países. O acúmulo de lixo
nas ruas provoca mau cheiro e
propicia a proliferação de ratos,
de insetos e de várias doenças.
No Brasil, a maior parte desse lixo é jogada em "lixões" -depósitos a céu aberto- sem nenhum
tratamento. Alguns municípios
utilizam os aterros sanitários
-locais onde o lixo é depositado
em camadas recobertas por terra-, no geral, menos nocivos,
desde que o chorume (líquido
percolante) e os gases, ambos gerados pela decomposição do material orgânico, sejam tratados
adequadamente.
A coleta seletiva para a reciclagem é tímida no país. Uma pesquisa divulgou que uma das razões da pequena colaboração da
população é que "dá muito trabalho". Assim fica difícil.
Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus
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