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ATUALIDADES
Sérgio Vieira de Mello, um cidadão do mundo
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
A morte do representante especial das Nações Unidas no Iraque, Sérgio Vieira de Mello, vítima do atentado terrorista ao
quartel-general da ONU em Bagdá, atesta a insanidade e a barbárie do terrorismo. Identificada como força de ocupação -papel
desempenhado pelos EUA após
invadirem o país sem o aval do
Conselho de Segurança-, a missão humanitária das Nações
Unidas trabalhava pela paz e pela
segurança, empenhada em
atenuar a dor e o sofrimento das
vítimas da guerra.
Formado em filosofia na França, o carioca Sérgio Vieira de Mello não era propriamente um diplomata e não amealhou reconhecimento internacional nas fileiras do Itamaraty. Era funcionário de carreira da ONU desde 1969
e conquistou respeito e admiração ao assumir desafios à frente
dessa organização em missões de
paz pelo mundo.
Teve papel de destaque no processo de estabilização política da
península Balcânica, principalmente na Guerra da Bósnia
(1991/92) e nos conflitos em Kosovo. Na sua mais notável realização, comandou a reconstrução da
ex-colônia portuguesa do Timor
Leste. Na invasão de seu território
pela Indonésia, em 1975, os timorenses foram massacrados pelas
forças de ocupação. A partir de
1999, como chefe das operações
da ONU, Vieira de Mello organizou em menos de três anos o país,
que despontou como a primeira
nação do século 21.
Reconhecido por seu talento de
negociador, contava ainda com
um invejável currículo de serviços
prestados em Bangladesh, Sudão,
Chipre, Moçambique, Peru, Líbano, Camboja, Ruanda e Congo.
Sua luta pela paz e pelos direitos
humanos o transformou numa
referência internacional e, por isso, era freqüentemente lembrado
como possível sucessor do secretário-geral, o ganês Kofi Annan.
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br
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