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      São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2003
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ATUALIDADES

Sérgio Vieira de Mello, um cidadão do mundo

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

A morte do representante especial das Nações Unidas no Iraque, Sérgio Vieira de Mello, vítima do atentado terrorista ao quartel-general da ONU em Bagdá, atesta a insanidade e a barbárie do terrorismo. Identificada como força de ocupação -papel desempenhado pelos EUA após invadirem o país sem o aval do Conselho de Segurança-, a missão humanitária das Nações Unidas trabalhava pela paz e pela segurança, empenhada em atenuar a dor e o sofrimento das vítimas da guerra.
Formado em filosofia na França, o carioca Sérgio Vieira de Mello não era propriamente um diplomata e não amealhou reconhecimento internacional nas fileiras do Itamaraty. Era funcionário de carreira da ONU desde 1969 e conquistou respeito e admiração ao assumir desafios à frente dessa organização em missões de paz pelo mundo.
Teve papel de destaque no processo de estabilização política da península Balcânica, principalmente na Guerra da Bósnia (1991/92) e nos conflitos em Kosovo. Na sua mais notável realização, comandou a reconstrução da ex-colônia portuguesa do Timor Leste. Na invasão de seu território pela Indonésia, em 1975, os timorenses foram massacrados pelas forças de ocupação. A partir de 1999, como chefe das operações da ONU, Vieira de Mello organizou em menos de três anos o país, que despontou como a primeira nação do século 21.
Reconhecido por seu talento de negociador, contava ainda com um invejável currículo de serviços prestados em Bangladesh, Sudão, Chipre, Moçambique, Peru, Líbano, Camboja, Ruanda e Congo. Sua luta pela paz e pelos direitos humanos o transformou numa referência internacional e, por isso, era freqüentemente lembrado como possível sucessor do secretário-geral, o ganês Kofi Annan.


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br


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