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GEOGRAFIA
Para estudar, deixe as estatísticas de lado
EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA
Durante as férias, encontrei um
aluno com uma tabela que
continha vários dados estatísticos. Estava lá o primeiro produtor
mundial de ouro, o maior exportador de petróleo, o país de maior
crescimento populacional e mais
uma meia centena de informações desse tipo.
A tabela fez-me lembrar de listas de "maiores e menores" -sobre qualquer coisa que você imaginar- que aparecem às vezes
em alguns almanaques.
Perguntei ao aluno o que ele
pretendia fazer com aquilo e ouvi
a resposta que eu mais temia:
"Vou decorar!".
Imediatamente imaginei o
tempo enorme que ele despenderia para cumprir a empreitada,
que, já de antemão, aviso que seria inútil. Resolvi mandar mais
uma pergunta: "Mas você acha
que vão cobrar essas coisas nos
vestibulares?".
Para a minha surpresa, ele sacou um papel em que havia impresso um teste
que questionava
sobre a posição do
Brasil no ranking
do IDH (Índice de
Desenvolvimento
Humano), sem especificar em qual
ano e com alternativas "ótimas". As
opções: 65º, 72º,
69º, 111º e 67º.
Argumentei que
os vestibulares das
grandes e tradicionais instituições de
ensino do país dificilmente fariam perguntas como
aquela. Ele contra-argumentou
que não prestaria apenas as provas dessas instituições mas também algumas escolas pequenas e
nada tradicionais.
Aí só me restou dizer: "E daí? Se
perguntarem, você erra".
O aluno ficou meio espantado e
eu continuei: "Garanto que não
vai ser o erro de um teste como esse que vai fazer você deixar de
conquistar a sua vaga. Se uma
questão como essa, de fato, caiu
em algum vestibular, provavelmente os alunos aprovados também devem ter errado".
Pegou o espírito da coisa? Nada
de ficar decorando dados estatísticos. Quer saber algo sobre o
IDH? Descubra, por exemplo, o
que mede, a qual grupo de países
o Brasil pertence, como esses grupos estão divididos pelos continentes. Ou, para simplificar, leia a
próxima coluna.
Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus
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