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ATUALIDADES
A reforma do Conselho de Segurança da ONU
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Retornou à pauta, na 59ª reunião
anual da Assembléia Geral das
Nações Unidas, a discussão sobre
a reforma do CS (Conselho de Segurança). Destinada a garantir a
paz e a segurança, a ONU surgiu
na Conferência de São Francisco,
em 1945, na esteira da destruição
provocada pela Segunda Guerra.
Quase seis décadas após o seu
surgimento, ganha adeptos a corrente dos reformistas que defende
a necessidade da ampliação do CS
para realçar sua representatividade e adequar sua estrutura aos novos desafios da geopolítica global.
Hoje, a composição do órgão
conta com 15 países, cinco deles
membros permanentes que possuem a prerrogativa do veto (China, EUA, Rússia, França e Reino
Unido). Os demais são membros
rotativos e ocupam o assento por
dois anos -caso do Brasil, com
mandato até 2005.
Vários países aspiram a participar do novo CS, que passaria para
24 ou 26 membros. Especula-se
que Alemanha e Japão já estariam
com assento garantido, além da
Índia e de pelo menos um país da
África. A África do Sul é forte candidata, mas o Egito já declarou
que pretende ser o porta-voz da
cultura árabe-muçulmana.
Candidato em potencial como
liderança latino-americana, o
Brasil terá dificuldades com outros países, no caso México e Colômbia, favoráveis à ampliação,
mas contrários ao status de membro permanente. Segundo afirmam, a participação temporária é
mais democrática.
Empenhado em credenciar o
país para o novo conselho, Celso
Amorim, ministro das Relações
Exteriores, reafirmou a liderança
do Brasil: "o poder diplomático
hoje em dia não se mede somente
pelas Forças Armadas ou pelo poderio econômico, mas pela capacidade de arregimentar forças". A
decisão ficará mesmo para o 60º
aniversário da ONU, em 2005.
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail:
rcandelori@uol.com.br
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