São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004
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ATUALIDADES

A reforma do Conselho de Segurança da ONU

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Retornou à pauta, na 59ª reunião anual da Assembléia Geral das Nações Unidas, a discussão sobre a reforma do CS (Conselho de Segurança). Destinada a garantir a paz e a segurança, a ONU surgiu na Conferência de São Francisco, em 1945, na esteira da destruição provocada pela Segunda Guerra.
Quase seis décadas após o seu surgimento, ganha adeptos a corrente dos reformistas que defende a necessidade da ampliação do CS para realçar sua representatividade e adequar sua estrutura aos novos desafios da geopolítica global.
Hoje, a composição do órgão conta com 15 países, cinco deles membros permanentes que possuem a prerrogativa do veto (China, EUA, Rússia, França e Reino Unido). Os demais são membros rotativos e ocupam o assento por dois anos -caso do Brasil, com mandato até 2005.
Vários países aspiram a participar do novo CS, que passaria para 24 ou 26 membros. Especula-se que Alemanha e Japão já estariam com assento garantido, além da Índia e de pelo menos um país da África. A África do Sul é forte candidata, mas o Egito já declarou que pretende ser o porta-voz da cultura árabe-muçulmana.
Candidato em potencial como liderança latino-americana, o Brasil terá dificuldades com outros países, no caso México e Colômbia, favoráveis à ampliação, mas contrários ao status de membro permanente. Segundo afirmam, a participação temporária é mais democrática.
Empenhado em credenciar o país para o novo conselho, Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, reafirmou a liderança do Brasil: "o poder diplomático hoje em dia não se mede somente pelas Forças Armadas ou pelo poderio econômico, mas pela capacidade de arregimentar forças". A decisão ficará mesmo para o 60º aniversário da ONU, em 2005.


Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br


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