FABIO GIORDANO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Temos acompanhado pela imprensa o enorme problema que ocorre com os nossos reservatórios. Cada vez mais, é alarmante o baixo estoque de água em nossas represas. Segundo a Sabesp, a companhia responsável pelo abastecimento de água no Estado de São Paulo, que foi criada no ano de 1973, houve grande risco de desabastecimento nos anos de 1989, 1995, 2000, 2001 e 2002.
Neste ano, a porcentagem de armazenamento de água nos reservatórios no mês de outubro esteve surpreendentemente baixa: em torno de 8% na reserva da Cantareira, 22% na Guarapiranga , 21% no Alto Tietê e 27% em Rio Claro.
Nessa projeção, problemas sérios a partir de 2010 ocorrerão na região da capital paulista.
Esse problema ainda é pequeno, em comparação com a situação de outros países. Segundo a ONU, "mais de 1 bilhão de pessoas no mundo carecem de água potável". Se mantidos os atuais padrões de crescimento, a previsão é que a população global chegue a 8 bilhões, em 2025, aumentando drasticamente a demanda e agravando os conflitos ocasionados pela escassez.
Esse problema tem como uma das causas o desequilíbrio ecológico, com a destruição das matas e dos mananciais de água, com conseqüente influência no regime de chuvas. Mais da metade dos rios do mundo está totalmente poluída, o que provoca o assoreamento e a diminuição do seu volume. Além disso, a sua extrema exploração provoca secas cada vez mais sérias.
Neste ano, a água poderia ter sido um agente de paz. A Unesco continua a buscar as formas que vão permitir a este século ser um século "de paz por água", em vez de "guerra por água". Para chamar a atenção do mundo para o problema, a entidade conferiu a 2003 o título de Ano Internacional da Água Doce. Vamos buscar formas de preservar esse precioso líquido !