|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ATUALIDADES
A Bolívia de Morales
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Eleito em dezembro, Evo Morales é o primeiro indígena a ocupar a Presidência da Bolívia. Representante dos aimarás, foi eleito
no primeiro turno com 51% dos
votos pelo partido MAS (Movimento ao Socialismo).
Com 9 milhões de habitantes, a
Bolívia é um dos países mais pobres da América do Sul. Sua população, de maioria indígena, está
dividida entre quéchuas (30%),
aimarás (25%), mestiços e uma
minoria descendente de imigrantes europeus.
Empresários temem que a ascensão de Morales resulte em medidas desfavoráveis aos investimentos estrangeiros no país. Morales, em campanha, prometeu
nacionalizar o gás e o petróleo e
promover a revisão dos contratos
de exploração. Isso preocupa o
Brasil, uma vez que a Petrobras,
que passou a operar na Bolívia
nos anos 90, é atualmente a maior
empresa do país, com investimentos em torno de US$ 1,5 bilhão. Morales disse a Lula que
quer a Petrobras como "a irmã
mais velha" das empresas de
energia bolivianas. "Necessitamos de sócios, e não de donos ou
patrões", disse Morales.
Polêmica, a questão das plantações da folha de coca terá que ser
enfrentada pelo novo presidente.
Elemento essencial da cultura indígena boliviana e matéria-prima
da cocaína, o cultivo da folha coloca o país na rota do narcotráfico
internacional. O governo norte-americano está preocupado e
pressiona La Paz a criar programas de redução das áreas de plantio. Morales, que em sua história
política foi líder dos cocaleiros,
afirma que "a luta contra o narcotráfico tem de ser eficaz, e não
uma desculpa para que os EUA
controlem nossos países e assentem neles bases militares".
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo.
E-mail: rcandelori@uol.com.br
Texto Anterior: Vale a pena saber - Química: As estranhas árvores artificiais Próximo Texto: Programe-se: Ouvido gigante Índice
|