São Paulo, terça-feira, 31 de janeiro de 2006
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MUDAR O MUNDO

Carolina queria fazer algo pelo social e hoje trabalha no Sou da Paz

Advogada luta por segurança pública

Bruno Miranda/Folha Imagem
Carolina de Mattos Ricardo, advogada e cientista social que trabalha no Instituto Sou da Paz


DA REDAÇÃO

"Vontade de melhorar o mundo." A frase pode parecer clichê ou ingênua, mas muita gente sente isso e, na hora de escolher uma profissão, fica em dúvida sobre como transformar os ideais em algo mais concreto.
Carolina de Mattos Ricardo, 28, tinha esse desejo e hoje ela trabalha no Instituto Sou da Paz, como coordenadora das áreas de justiça e segurança pública e de políticas municipais. "Desde o colégio tinha vontade de ter um trabalho com impacto social", conta. Ela decidiu estudar direito e ciências sociais.
Mesmo cursando as duas faculdades, demorou até Carolina encontrar o caminho. "Não tinha interesse em trabalhar em um grande escritório e ganhar dinheiro para os outros." A resposta veio quando, no quarto ano de direito, começou a ter aulas de direitos humanos.
Conseguiu um estágio na prefeitura em que analisava projetos de lei da Câmara Municipal. "Em oito meses foi só bobagem. Você vê os absurdos do mundo", diz. Os projetos eram, principalmente, de nomes de ruas e praças e de dias comemorativos.
Depois, estagiou na Procuradoria de Assistência Judiciária, onde prestava assessoria jurídica para quem não pode pagar advogado. Formada, foi para o Instituto São Paulo Contra a Violência, onde ficou quatro anos. "Na ONG você faz de tudo, desde atender o telefone até conversar com o prefeito." Durante esse tempo, Carolina fez cursos e trabalhos voluntários.
Ela defende a profissionalização do setor. "Tenho minha vida, tenho família, eu vivo disso, não é meu hobby fazer trabalho social." Mesmo assim, demorou até pedir o primeiro aumento. Ela explica que em ONGs não adianta pedir para o chefe, é preciso "construir junto" condições para um salário melhor.
No Sou da Paz há um ano, Carolina se diz feliz. O instituto trabalha em busca de segurança pública, nas áreas de controle de armas, justiça, juventude e políticas municipais. Quanto ao futuro, ela diz que é mais incerto do que seria em uma grande empresa. "Mas a certeza e a estabilidade troco por tudo isso que eu faço. É de coração."


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