São Paulo, terça-feira, 31 de outubro de 2006
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ATUALIDADES

Ser aluno antenado faz diferença

Estar bem informado é ponto a favor de candidatos nos principais vestibulares do país

SIMONE HARNIK
VINÍCIUS CAETANO SEGALLA
DA REPORTAGEM LOCAL

Além da grade programática básica do ensino médio, da física à história, cada vez mais os vestibulares têm exigido dos candidatos conhecimento sobre a realidade contemporânea. É muito comum uma prova questionar sobre um conflito, como a guerra no Iraque, ou fatos e conjunturas do momento, como as disputas entre Brasil e Bolívia na questão energética, por exemplo.
São as chamadas questões de atualidades, normalmente inseridas nos exames de geografia e de história. Algumas escolas particulares vão além e incluem em seus vestibulares uma prova inteira só com perguntas de atualidades.
O tema requer cuidado e atenção do aluno, pois não é possível se preparar do mesmo jeito que se estuda as outras matérias. Lissa Maria Bayeux Lourenço, 17, se prepara para o vestibular de comunicação social da ESPM, principalmente, por revistas e pela internet. "Não tem como saber de tudo, porque pode cair pergunta sobre polícia, cinema, música. Tento ler bastante."
Para incentivar os alunos a ficarem bem informados, o colégio Augusto Laranja, em Moema (zona sul de São Paulo), mantém a disciplina atualidades há seis anos. A matéria convida os estudantes a acompanharem as notícias do Brasil e do mundo pelos jornais, revistas e pela mídia eletrônica.
"A idéia é fazer com que os alunos se habituem ao manuseio do jornal, percebam e comparem visões divergentes e posicionamentos políticos de cada veículo", conta o professor Rogério Gimenes de Campos.
A aluna Ana Beatriz Gomes, 18, que vai prestar medicina na Fuvest e direito na FGV, aprova a matéria. "A GV cobra bastante essa área e a matéria é boa porque nos obriga a ficar a par das notícias do mundo. É interessante comparar como noticiam um mesmo ato terrorista um jornal brasileiro, um americano, um francês e um israelense", afirma.
No Colégio Santo Américo, na zona oeste, o terceiro ano do ensino médio tem um cursinho pré-vestibular e, em um dos dias da semana, há uma aula de atualidades. "O curso não tem programa definido e o professor elabora as aulas conforme os acontecimentos do mundo", explica o coordenador Miguel Augusto de Toledo Arruda.
Já no Colégio Santa Maria, na zona sul, as atualidades são desenvolvidas em uma oficina semestral optativa. O estudante recebe temas para se preparar e discutir em sala com os colegas. "Dá para notar que muda o jeito de se comportar num debate", afirma a professora Maria Cristina Forti.
Para a professora Maria Gorete Frizzarini, da Cásper Líbero, "cobrar atualidades é necessário porque os profissionais têm de estar cada vez mais antenados. Queremos um cidadão mais consciente da realidade nacional e global, sensível a questões políticas e sociais."

O que estudar?
"O estudante tem de se colocar no lugar do examinador. A pessoa que faz a prova também é influenciada pelas notícias. E é em julho, agosto e setembro que as questões costumam ser produzidas", afirma o supervisor de geografia do Anglo, Reinaldo Scalzaretto.
A dica vale para a ESPM: "O candidato deve se concentrar nas notícias até o final de setembro, quando a prova é elaborada", afirma o diretor nacional de cursos de graduação da entidade, Alexandre Gracioso.
Já para o curso de direito da FGV, não há hora para para parar de se informar. "É importante saber das questões sociais, econômicas e culturais do mundo até o dia da prova, pois há uma avaliação oral", explica a coordenadora da graduação, Adriana Ancona Faria.


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