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ATUALIDADES
Ser aluno antenado faz diferença
Estar bem informado é ponto a favor de candidatos nos principais vestibulares do país
SIMONE HARNIK
VINÍCIUS CAETANO SEGALLA
DA REPORTAGEM LOCAL
Além da grade programática
básica do ensino médio, da física à história, cada vez mais os
vestibulares têm exigido dos
candidatos conhecimento sobre a realidade contemporânea. É muito comum uma prova questionar sobre um conflito, como a guerra no Iraque, ou
fatos e conjunturas do momento, como as disputas entre Brasil e Bolívia na questão energética, por exemplo.
São as chamadas questões de
atualidades, normalmente inseridas nos exames de geografia e de história. Algumas escolas particulares vão além e incluem em seus vestibulares
uma prova inteira só com perguntas de atualidades.
O tema requer cuidado e
atenção do aluno, pois não é
possível se preparar do mesmo
jeito que se estuda as outras
matérias. Lissa Maria Bayeux
Lourenço, 17, se prepara para o
vestibular de comunicação social da ESPM, principalmente,
por revistas e pela internet.
"Não tem como saber de tudo,
porque pode cair pergunta sobre polícia, cinema, música.
Tento ler bastante."
Para incentivar os alunos a ficarem bem informados, o colégio Augusto Laranja, em Moema (zona sul de São Paulo),
mantém a disciplina atualidades há seis anos. A matéria convida os estudantes a acompanharem as notícias do Brasil e
do mundo pelos jornais, revistas e pela mídia eletrônica.
"A idéia é fazer com que os
alunos se habituem ao manuseio do jornal, percebam e comparem visões divergentes e posicionamentos políticos de cada veículo", conta o professor
Rogério Gimenes de Campos.
A aluna Ana Beatriz Gomes,
18, que vai prestar medicina na
Fuvest e direito na FGV, aprova
a matéria. "A GV cobra bastante essa área e a matéria é boa
porque nos obriga a ficar a par
das notícias do mundo. É interessante comparar como noticiam um mesmo ato terrorista
um jornal brasileiro, um americano, um francês e um israelense", afirma.
No Colégio Santo Américo,
na zona oeste, o terceiro ano do
ensino médio tem um cursinho
pré-vestibular e, em um dos
dias da semana, há uma aula de
atualidades. "O curso não tem
programa definido e o professor elabora as aulas conforme
os acontecimentos do mundo",
explica o coordenador Miguel
Augusto de Toledo Arruda.
Já no Colégio Santa Maria,
na zona sul, as atualidades são
desenvolvidas em uma oficina
semestral optativa. O estudante recebe temas para se preparar e discutir em sala com os colegas. "Dá para notar que muda
o jeito de se comportar num debate", afirma a professora Maria Cristina Forti.
Para a professora Maria Gorete Frizzarini, da Cásper Líbero, "cobrar atualidades é necessário porque os profissionais
têm de estar cada vez mais antenados. Queremos um cidadão
mais consciente da realidade
nacional e global, sensível a
questões políticas e sociais."
O que estudar?
"O estudante tem de se colocar no lugar do examinador. A
pessoa que faz a prova também
é influenciada pelas notícias. E
é em julho, agosto e setembro
que as questões costumam ser
produzidas", afirma o supervisor de geografia do Anglo, Reinaldo Scalzaretto.
A dica vale para a ESPM: "O
candidato deve se concentrar
nas notícias até o final de setembro, quando a prova é elaborada", afirma o diretor nacional de cursos de graduação da
entidade, Alexandre Gracioso.
Já para o curso de direito da
FGV, não há hora para para parar de se informar. "É importante saber das questões sociais, econômicas e culturais do
mundo até o dia da prova, pois
há uma avaliação oral", explica
a coordenadora da graduação,
Adriana Ancona Faria.
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