UOL


São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILMES

TV ABERTA

Neil Jordan presta tributo ao engajamento político

A Lenda do Homem-Crocodilo
SBT, 14h15
  
Canadá, 96, 90 min. Direção: Vic Sarin. Com John White, Dan Warry-Smith. Meninos saem em busca do misterioso homem-crocodilo, ser talvez lendário que vive nos pântanos. Diversão familiar.

Blast - Terrorismo em Atlanta
Record, 22h30.
 
(Blast). EUA, 97, 96 min. Direção: Albert Pyun. Com Andrew Divoff, Kimberly Warren. Terroristas tentam arruinar os Jogos Olímpicos de Atlanta com mais sucesso, no filme, do que aconteceu na vida real. Mas o sucesso não será total, em todo caso. Nem o do filme.

Joana D'Arc
Globo, 23h35.
  
(The Messenger: The Story of Joan of Arc). EUA, 99. Direção: Luc Besson. Com: Milla Jovovich, Faye Dunaway. A conhecida história da personagem francesa que, no século 15, liderou batalhas do exército nacional contra a Inglaterra. Investida de Besson em uma produção épica e uma bela atriz no papel principal, não muito mais do que isso.

Michael Collins - O Preço da Liberdade
SBT, 23h45.
   
(Michael Collins). Irlanda, Inglaterra, EUA, 96, 133 min. Direção: Neil Jordan. Com Liam Neeson, Aidan Quinn. Drama biográfico centrado na figura de Collins, líder da rebelião iniciada em 1916, que resultou na independência da Irlanda (ou parte dela). Neil Jordan, ótimo diretor irlandês, paga seu tributo ao engajamento com um filme um tanto abaixo de seus melhores trabalhos, onde Neeson brilha no papel-título. Em todo caso, acima da média.

Emmanuelle - O Sentido do Amor
Bandeirantes, 2h.
 
(Emmanuelle: Meaning of Love). EUA, 94, 93 min. Direção: Brody Hooper. Com Krista Allen, Paul Michael Robinson. Emmanuelle recorda suas aventuras com os extraterrestres que vieram até nós para descobrir os mistérios do amor. Inútil dizer: esta série Emmanuelle anos 90 vive no espaço sideral, mas rasteja.

Rumo à Liberdade
SBT, 2h20.
  
(Free of Eden). Canadá, 98, 98 min. Direção: Leon Ichaso. Com Sidney Poitier, Sidney Tamia Poitier. Ex-professor, Poitier agora se notabiliza como homem de negócios. Tudo vai muito bem, até que uma garota pobre, sem recursos para estudar, bate à sua porta em busca de ensinamentos. Isso levará o homem a repensar sua vida. E o filme a se propor como um conto de fadas. Feito para TV.

Estranhas Metamorfoses
SBT, 4h05.
 
(XTRO). Inglaterra, 82, 84 min. Direção: Harry Bromley Davenport. Com Philip Sayer, Bernice Stegers. Homem levado por extraterrestres retorna como uma espécie de ser mutante. Horror britânico.

Titânica
SBT, 5h30.
  
(Titanica). EUA, 92, 90 min. Direção: Stephen Low. Documentário sobre o Titanic, com imagens dos restos mortais do navio e entrevistas com sobreviventes do célebre naufrágio. (IA)

TV PAGA

"Boda" reproduz labirintos de homens e mulheres

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se existe um dilema especificamente masculino neste mundo, ele consiste em distinguir, na mulher, inocência e malícia. Podem dizer que esta é uma colocação machista ou, pior, politicamente incorreta. O problema não muda um milímetro, até porque não diz respeito à mulher especificamente, mas ao imaginário de que é investida, isto é, à maneira que o sujeito a fantasia.
O professor François, de "Boda Branca" (hoje, 0h, Eurochannel), é bem menos vulnerável que o Humbert Humbert, de "Lolita". No mais, sua aluna Mathilde não é pérfida como a própria Lolita (a comparação entre os dois filmes já foi feita, não a invento).
Ou seja, pode-se ver como uma superioridade de "Boda Branca" sobre o filme de Stanley Kubrick (não falemos do estúpido remake de Adrian Lyne) o fato de não investir em personagens cuja patologia é tão evidente. Quanto mais os seres de ficção mostram-se comuns, mais parecem falar de nós mesmos.
François (Bruno Cremer) é quarentão; sua aluna Mathilde é uma teen. Na vida real, atende por Vanessa Paradis, é cantora, e fez sua estréia como atriz neste filme de 1989. Tem um jeito doce, ao mesmo tempo direto e retirado. É ambígua por excelência.
Mas, se a relação entre o professor e Mathilde evolui para a catástrofe, talvez ela tenha uma responsabilidade bem relativa. Talvez mais importante para a evolução da trama sejam aquelas ruelas francesas, cada uma parecendo um beco, todas meio iguais, como se reproduzissem o labirinto de um homem (ou mulher).
Como se, enfim, Brisseau retomasse não "Lolita", mas, sim, o fabuloso "A Primeira Noite de Tranquilidade", de Zurlini, substituindo o niilismo do professor Dominici pelo jeito mais racionalista e bonachão de François. O resultado, em todo caso, é uma bela história de paixão.


Texto Anterior: Astrologia - Barbara Abramo
Próximo Texto: José Simão: Buemba! Big Bode lança o Cérebro Zero!
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.