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FILMES
TV ABERTA
Neil Jordan presta tributo ao engajamento político
A Lenda do Homem-Crocodilo
SBT, 14h15
Canadá, 96, 90 min. Direção: Vic Sarin.
Com John White, Dan Warry-Smith.
Meninos saem em busca do misterioso
homem-crocodilo, ser talvez lendário
que vive nos pântanos. Diversão familiar.
Blast - Terrorismo em Atlanta
Record, 22h30.
(Blast). EUA, 97, 96 min. Direção: Albert
Pyun. Com Andrew Divoff, Kimberly
Warren. Terroristas tentam arruinar os
Jogos Olímpicos de Atlanta com mais
sucesso, no filme, do que aconteceu na
vida real. Mas o sucesso não será total,
em todo caso. Nem o do filme.
Joana D'Arc
Globo, 23h35.
(The Messenger: The Story of Joan of
Arc). EUA, 99. Direção: Luc Besson. Com:
Milla Jovovich, Faye Dunaway. A
conhecida história da personagem
francesa que, no século 15, liderou
batalhas do exército nacional contra a
Inglaterra. Investida de Besson em uma
produção épica e uma bela atriz no papel
principal, não muito mais do que isso.
Michael Collins - O Preço da
Liberdade
SBT, 23h45.
(Michael Collins). Irlanda, Inglaterra,
EUA, 96, 133 min. Direção: Neil Jordan.
Com Liam Neeson, Aidan Quinn. Drama
biográfico centrado na figura de Collins,
líder da rebelião iniciada em 1916, que
resultou na independência da Irlanda
(ou parte dela). Neil Jordan, ótimo
diretor irlandês, paga seu tributo ao
engajamento com um filme um tanto
abaixo de seus melhores trabalhos, onde
Neeson brilha no papel-título. Em todo
caso, acima da média.
Emmanuelle - O Sentido do
Amor
Bandeirantes, 2h.
(Emmanuelle: Meaning of Love). EUA,
94, 93 min. Direção: Brody Hooper. Com
Krista Allen, Paul Michael Robinson.
Emmanuelle recorda suas aventuras com
os extraterrestres que vieram até nós
para descobrir os mistérios do amor.
Inútil dizer: esta série Emmanuelle anos
90 vive no espaço sideral, mas rasteja.
Rumo à Liberdade
SBT, 2h20.
(Free of Eden). Canadá, 98, 98 min.
Direção: Leon Ichaso. Com Sidney
Poitier, Sidney Tamia Poitier. Ex-professor, Poitier agora se notabiliza
como homem de negócios. Tudo vai
muito bem, até que uma garota pobre,
sem recursos para estudar, bate à sua
porta em busca de ensinamentos. Isso
levará o homem a repensar sua vida. E o
filme a se propor como um conto de
fadas. Feito para TV.
Estranhas Metamorfoses
SBT, 4h05.
(XTRO). Inglaterra, 82, 84 min. Direção:
Harry Bromley Davenport. Com Philip
Sayer, Bernice Stegers. Homem levado
por extraterrestres retorna como uma
espécie de ser mutante. Horror britânico.
Titânica
SBT, 5h30.
(Titanica). EUA, 92, 90 min. Direção:
Stephen Low. Documentário sobre o
Titanic, com imagens dos restos mortais
do navio e entrevistas com
sobreviventes do célebre naufrágio.
(IA)
TV PAGA
"Boda" reproduz labirintos de homens e mulheres
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Se existe um dilema especificamente masculino neste
mundo, ele consiste em distinguir, na mulher, inocência e malícia. Podem dizer que esta é uma
colocação machista ou, pior, politicamente incorreta. O problema
não muda um milímetro, até porque não diz respeito à mulher especificamente, mas ao imaginário
de que é investida, isto é, à maneira que o sujeito a fantasia.
O professor François, de "Boda
Branca" (hoje, 0h, Eurochannel),
é bem menos vulnerável que o
Humbert Humbert, de "Lolita".
No mais, sua aluna Mathilde não
é pérfida como a própria Lolita (a
comparação entre os dois filmes
já foi feita, não a invento).
Ou seja, pode-se ver como uma
superioridade de "Boda Branca"
sobre o filme de Stanley Kubrick
(não falemos do estúpido remake
de Adrian Lyne) o fato de não investir em personagens cuja patologia é tão evidente. Quanto mais
os seres de ficção mostram-se comuns, mais parecem falar de nós
mesmos.
François (Bruno Cremer) é quarentão; sua aluna Mathilde é uma
teen. Na vida real, atende por Vanessa Paradis, é cantora, e fez sua
estréia como atriz neste filme de
1989. Tem um jeito doce, ao mesmo tempo direto e retirado. É ambígua por excelência.
Mas, se a relação entre o professor e Mathilde evolui para a catástrofe, talvez ela tenha uma responsabilidade bem relativa. Talvez mais importante para a evolução da trama sejam aquelas ruelas
francesas, cada uma parecendo
um beco, todas meio iguais, como
se reproduzissem o labirinto de
um homem (ou mulher).
Como se, enfim, Brisseau retomasse não "Lolita", mas, sim, o
fabuloso "A Primeira Noite de
Tranquilidade", de Zurlini, substituindo o niilismo do professor
Dominici pelo jeito mais racionalista e bonachão de François. O resultado, em todo caso, é uma bela história de paixão.
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