|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POLÍTICAS PÚBLICAS
Lançamento de financiamento com recurso do Fundo Nacional foi anunciado em seminário em Brasília
Governo federal dispõe R$ 2 mi para cultura popular
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Projetos ligados a culturas populares terão, até o final do próximo mês, a possibilidade de disputar cerca de R$ 2 milhões do governo federal. Com recursos do Fundo Nacional da Cultura, será
lançado um edital público exclusivo para financiamento de propostas voltadas a essa área.
A medida foi anunciada no último sábado durante o encerramento do 1º Seminário Nacional
de Políticas Públicas para as Culturas Populares, que reuniu em
Brasília, por quatro dias, mestres
populares, produtores culturais,
pesquisadores e gestores públicos
para discutir o assunto.
Do evento, saiu a "Carta das
Culturas Populares", um documento com sete diretrizes consideradas prioritárias para orientar
a formulação de políticas públicas
para o setor, que atualmente convive com ações fragmentadas.
Segundo Zulu Araújo, diretor
de Promoção, Estudos, Pesquisas
e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira do Ministério da Cultura, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e a Fundação Palmares também lançarão editais próprios para projetos de culturas populares,
mas o valor não foi definido.
No total, o orçamento do Ministério da Cultura para este ano é de
R$ 213,4 milhões (incluindo custeio e investimento).
Araújo afirmou que outras duas
ações sugeridas no seminário devem ser colocadas em prática em
breve: a criação do Guia Nacional
das Culturas Populares e a realização da conferência nacional, com
poder deliberativo.
"A idéia do seminário foi consultar um segmento tão rico e que
nunca foi ouvido", disse Araújo.
Para ele, apesar de ter um amplo
conceito, cultura popular deve ser
entendida como manifestação de
grupos que não fazem parte do
circuito da mídia e ficam fora do
mercado.
Financiamento
A preocupação dos movimentos populares com a necessidade
de criar mecanismos de incentivo
financeiro e democratizar o acesso aos recursos permeia três das
sete diretrizes do seminário.
As outras quatro tratam da documentação das manifestações de
cultura popular, a criação de instâncias de diálogo entre governo e
sociedade, a implementação de
leis para proteger os conhecimentos tradicionais, além de mecanismos que incluam o tema na educação.
Participação
No último dia do seminário, representantes de movimentos sociais e culturais cobraram a participação de outras áreas do governo, como Ministério da Educação, e do Legislativo em debates
ligados às culturas populares.
Os organizadores estimam que
cerca de 800 pessoas participaram
diariamente dos painéis do evento. Nos intervalos, grupos folclóricos de vários Estados faziam apresentações.
Foi o caso do mestre Antônio,
61, que viajou de São Cristóvão
(SE) a Brasília, com outras 45 pessoas para fazer apresentações de
reisado (dança em comemoração
ao nascimento de Jesus), chegança (dança que representa a luta
dos cristãos pelo batismo dos
mouros) e outras manifestações
folclóricas do Estado.
O resumo dos debates será reunido e publicado em forma de revista -serão 2.000 exemplares.
Nesta semana, o Ministério da
Cultura fará uma reunião para
avaliar os resultados do evento.
Caberá ao secretário da Identidade e da Diversidade Cultural, Sérgio Mamberti, a apresentação das
informações e coordenação dos
próximos passos do projeto.
(LUCIANA CONSTANTINO)
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Documentário: Vedete mostra mais que pernas em retrato Índice
|