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DOCUMENTÁRIO
Vedete mostra mais que pernas em retrato
ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
A maior vedete do país ganha
seu retrato pintado no Canal Brasil: Virgínia Lane, 85, grande ícone do teatro de revista, musa carioca do Catete, dona de inesquecível par de pernas, tem sua vida revisitada.
Lane conta as passagens mais
importantes de sua vida. Da infância pobre com a mãe, de seu
início no mundo artístico, da primeira vez no Cassino da Urca, aos
15 anos. "O cassino era uma coisa
maravilhosa. Não sei porque o jogo não volta", diz, e continua a
contar sobre seu primeiro número de sucesso, em parceria com
Grande Otelo. "A Virgínia Lane
cantora nasceu dentro do cassino."
Lane mostra-se muito viva e
ciente do que representou nas décadas de 40 e 50. "Estava no meu
sangue, nas minhas veias, que eu
seria a vedete do Brasil."
Mesmo assim, teve de começar
a ser menos "artista" e mais "comerciante". "Comprei um ônibus
e criei as "virginetes". Depois vieram as chacretes, mas a idéia original é minha." Inaugurou também o gênero infantil na televisão.
Com "Coelhinho Teco-Teco" na
Tupi do Rio e com "Coelhinho
Lacta" em São Paulo. "Nada se
cria, tudo se copia", sentencia.
Essa mesma loura que atendia
às crianças, no entanto, assume
sua responsabilidade pelo primeiro nu do país, em "Anjo do Lodo"
(1951), baseado em "Lucíola", de
José de Alencar. "Não foi só ficar
nua, tinha enredo, mas eu quase
perdi meu casamento."
"Retratos" vale a pena tanto pelas histórias da vedete, quanto por
sua espontaneidade. É com muita
naturalidade que fala dos romances que viveu com os presidentes
Getúlio Vargas, que conheceu durante a temporada de "O que que
Há com teu Peru", e Jucelino Kubitschek. Sobre Getúlio, diz que
"era um homem especial, um sujeito maravilhoso". Com Kubitschek diz que viveu um "affair gostoso". "Era um carnavalesco, como eu. Fiz até uma marcha para
ele "Vem Voando, Nonô'", conta.
Retratos Brasileiros
Quando: hoje, às 11h30, no Canal Brasil
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