São Paulo, terça-feira, 01 de março de 2005

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DOCUMENTÁRIO

Vedete mostra mais que pernas em retrato

ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

A maior vedete do país ganha seu retrato pintado no Canal Brasil: Virgínia Lane, 85, grande ícone do teatro de revista, musa carioca do Catete, dona de inesquecível par de pernas, tem sua vida revisitada.
Lane conta as passagens mais importantes de sua vida. Da infância pobre com a mãe, de seu início no mundo artístico, da primeira vez no Cassino da Urca, aos 15 anos. "O cassino era uma coisa maravilhosa. Não sei porque o jogo não volta", diz, e continua a contar sobre seu primeiro número de sucesso, em parceria com Grande Otelo. "A Virgínia Lane cantora nasceu dentro do cassino."
Lane mostra-se muito viva e ciente do que representou nas décadas de 40 e 50. "Estava no meu sangue, nas minhas veias, que eu seria a vedete do Brasil."
Mesmo assim, teve de começar a ser menos "artista" e mais "comerciante". "Comprei um ônibus e criei as "virginetes". Depois vieram as chacretes, mas a idéia original é minha." Inaugurou também o gênero infantil na televisão. Com "Coelhinho Teco-Teco" na Tupi do Rio e com "Coelhinho Lacta" em São Paulo. "Nada se cria, tudo se copia", sentencia.
Essa mesma loura que atendia às crianças, no entanto, assume sua responsabilidade pelo primeiro nu do país, em "Anjo do Lodo" (1951), baseado em "Lucíola", de José de Alencar. "Não foi só ficar nua, tinha enredo, mas eu quase perdi meu casamento."
"Retratos" vale a pena tanto pelas histórias da vedete, quanto por sua espontaneidade. É com muita naturalidade que fala dos romances que viveu com os presidentes Getúlio Vargas, que conheceu durante a temporada de "O que que Há com teu Peru", e Jucelino Kubitschek. Sobre Getúlio, diz que "era um homem especial, um sujeito maravilhoso". Com Kubitschek diz que viveu um "affair gostoso". "Era um carnavalesco, como eu. Fiz até uma marcha para ele "Vem Voando, Nonô'", conta.


Retratos Brasileiros
Quando:
hoje, às 11h30, no Canal Brasil


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